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Quarta-feira, 20 de Fevereiro de 2019 |
Empresas | ||
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Pilgrim’s, da JBS, concorre por ativos da BRF na Tailândia e Europa | ||
São Paulo, 14 de Novembro de 2018 - A americana Pilgrim’s Pride, empresa de carne de frango controlada pela JBS, é uma das interessadas em adquirir os ativos que a BRF colocou à venda na Europa e na Tailândia, apurou o Valor com duas fontes. A informação foi antecipada pelo Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor. Procuradas, a BRF não comentou e a JBS não respondeu. A Pilgrim’s foi uma das oito empresas que fizeram propostas não vinculantes pelos ativos da BRF na Tailândia e Europa, apurou a reportagem. Das oito, a BRF escolheu cinco para seguir no processo de venda. A Pilgrim’s está entre elas. Conforme o cronograma divulgado na semana passada pela BRF, os interessados devem fazer suas ofertas vinculantes até 15 de dezembro. O banco Morgan Stanley assessora a BRF na venda dos ativos. Segundo uma fonte, a Pilgrim’s não fez a melhor proposta, mas os valores podem ser alterados na oferta vinculante, se de fato for feita. Em relatório divulgado em julho, o BTG Pactual estimou que a BRF gastou US$ 463 milhões (R$ 1,6 bilhão, ao câmbio de hoje) nas aquisições que resultaram na plataforma que a companhia tem na Tailândia e na Europa. Em teleconferência com analistas nesta quarta-feira, o executivo-chefe de operações da JBS, Gilberto Tomazoni, revelou que a Pilgrim’s avalia aquisições. O executivo não revelou os alvos. “A Pilgrim’s tem olhado aquisições. É uma coisa que não depende de nós”, disse Tomazoni, sustentando que as decisões da controlada americana são independentes. Tomazoni preside o conselho de administração da Pilgrim’s, que tem ações listadas na Nasdaq. No ano passado, a Pilgrim’s adquiriu da própria JBS, sua controladora, a irlandesa Moy Park. Com isso, ingressou no mercado europeu de aves. Se vencer a concorrência pelos ativos da BRF, fortalecerá sua posição na Europa e chegará ao continente asiático, a região do planeta onde a demanda por carnes mais cresce. Indiretamente, a aquisição dos ativos da BRF pela Pilgrim’s também fortaleceria a Seara, empresa brasileira de carne de frango que é controlada integralmente pela JBS. Os ativos da BRF na Europa incluem uma rede de distribuição ampla que, antes da dona das marcas Sadia e Perdigão ser proibida de exportar carne de frango do Brasil para o continente europeu, tinha fundamental importância para a companhia brasileira. Se fizer a aquisição, a Seara poderá ampliar sua presença no mercado europeu. No terceiro trimestre, a participação do bloco europeu nas exportações já aumentou, disse Tomazoni, durante a teleconferência. No período, 14% das exportações tiveram como destino a Europa. No terceiro trimestre do ano passado, essa fatia foi de 11%. A BRF foi proibida de exportar para os europeus em abril. Para a BRF, a venda casada das operações na Europa e na Tailândia é essencial. As duas operações são imbricadas. A carne de frango cozida produzida na Tailândia é quase que integralmente exportada para a Europa. A venda dos ativos faz parte do plano da BRF para obter R$ 5 bilhões neste ano e assim reduzir seu elevado índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado), que atingiu 6,7 vezes em setembro, para 4,35 vezes até o fim do ano. Com a venda das operações na Europa, na Tailândia e também na Argentina, a BRF pretende obter R$ 3 bilhões. Para completar os R$ 5 bilhões, aposta em medidas como a redução dos estoques (que reduz capital de giro) e a antecipação de R$ 750 milhões em recebíveis. As 12h50, as ações da BRF caíam 1,62% na B3, negociadas a R$ 19,45. Embalados pela divulgação de resultados positivos no terceiro trimestre, os papéis da JBS lideravam os ganhos do Ibovespa, com alta de 7%, a R$ 10,54. O índice subia 0,39%. | ||
(Valor Econômico) (Luiz Henrique Mendes) | ||
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