Campinas, 05 de Janeiro de 2018 - Para o ovo, as Festas de 2017 foram decepcionantes. Basta dizer que o produto viveu o pior Natal dos últimos três anos, pois até nominalmente o preço médio de dezembro ficou aquém dos registrados no mesmo mês de 2015 e 2016.
Não só isso, porquanto mal se chegou a alcançar, no mês, 85% do valor médio registrado nos 12 meses do ano anterior (R$75,43/caixa, resultado aplicável a cargas fechadas do ovo branco extra comercializado no atacado da cidade de São Paulo). E, pela média dos 16 anos anteriores (2001 a 2016), a remuneração obtida deveria ser quase 12% superior a essa média.
Em outras palavras, se tivesse repetido o comportamento médio deste século, o ovo fecharia 2017 valendo algo em torno de R$84,00/caixa – remuneração aparentemente alta, mas sem nada de excepcional, pois não só corresponderia à média registrada entre fevereiro e setembro deste ano, como também estaria mais de 7,5% aquém do pico de preços de 2017 (R$91,13/caixa no mês de abril). Mas a média de dezembro foi quase 25% menor que o valor projetado pela média histórica.
O mais interessante é que no segundo semestre o ovo perdeu, senão tudo, a maior parte do que conquistou na primeira metade de 2017. Assim, após um princípio de ano preocupante (em janeiro foram registrados os menores preços em 16 meses), o produto passou a apresentar reação excepcional. A ponto de alcançar, no mês de abril, o maior valor nominal de todos os tempos.
Com isso, fechou os seis meses iniciais do exercício obtendo valorização de 10% sobre o mesmo semestre do ano anterior, período que, por sua vez, já havia registrado valorização de 30% sobre o primeiro semestre de 2015.
Mas tudo isso veio por água abaixo na segunda parte do ano, pois os valores médios mensais sofreram sucessivos decréscimos. Em conseqüência, reverteu-se totalmente o resultado positivo inicial e o segundo semestre foi encerrado com queda de 3,6% em relação ao segundo semestre de 2016.
Em decorrência desse fraco desempenho, o ano foi encerrado com uma valorização de 3,11% - acima da inflação é verdade, mas nada comparável aos (cerca de) 27% de 2016.
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