Depois da semana de forte e marcante volatilidade, o saldo acaba positivo para o mercado da soja na Bolsa de Chicago. Segundo Ginaldo de Sousa, diretor geral do Grupo Labhoro, “não fosse pelo dólar, essa teria sido uma semana altamente positiva (para o mercado brasileiro)”. E apesar de todo sobe e desce, o contrato julho fechou o pregão desta sexta-feira (28) com US$ 15,30 e o novembro, US$ 13,72 por bushel.
No Brasil, circularam informações de que teriam sido vendidos de cinco a seis cargos de soja para a China, com o produto mais competitivo por aqui e a demanda da nação asiática – que neste momento não é tão intensa pela oleaginosa – ainda concentrada no mercado brasileiro.
“Eles vêem comprar no Brasil indiscutivelmente. A partir de outubro vão comprar nos EUA, naturalmente, porque se observarmos os prêmios para setembro, outubro, no Brasil, estão na ordem de 120 a 130 (cents de dólar por bushel) over Chicago e o prêmio americana na faixa de 70 a 80. Em janeiro a concorrência já fica mais equivalente, fevereiro teremos preço mais competitivo e a China virá comprar soja brasileira”, explica Sousa.
Em sua análise, há cerca de 17% a 20% de soja 2020/21 para ainda ser comercializada na exportação, e o restante deverá ficar no mercado interno, com boas chances de venda para o produtor brasileiro. Os pontos de atenção, porém, ficam sobre Chicago e a reação que os futuros podem exibir frente às condições de clima e a uma safra cheia nos Estados Unidos.
“O produtor brasileiro não pode pensar que esse preço de US$ 15,50 estará presente no futuro se não tivermos problemas de clima nos Estados Unidos”, afirma. “O clima vai fazer o preço. E sabemos que não há espaço para um declínio na safra norte-americana”.