Ontem, a segunda-feira (12) foi de novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e preços em alta da soja na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa terminaram o dia com ganhos de 19,25 a 28,50 pontos nos principais contratos, com o julho terminando o dia com US$ 14,32 e o novembro com US$ 13,50 por bushel.
Para a soja, o reporte atualizado do departamento norte-americano não trouxe nenhuma grande mudança, inclusive para a safra 2021/22, que trouxe os mesmos exatos números. Assim, embora se esperasse alguma novidade, permacem os estoques apertados nos Estados Unidos, com uma safra chegando regular no país. No entanto, há pontos de produção sofrendo com condições climáticas menos favoráveis e isso segue alimentando as especulações.
Números da China atraíram parte da atenção dos traders, já que as estimativas para suas importações foram reduzidas, mas seus estoques finais também, outro fator que deverá provocar especulação no mercado, como explicou o consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
“Sinal de que os chineses terão que voltar às compras, já que estão na fase de recompor seus estoques, de trabalhar com estoques maiores, para não ter problemas de abastecimento interno”, diz. “E todos os setores na China cresceram em demanda. Há dois olhos abertos em Chicago agora, sendo um do clima nos EUA e outro nas compras da China”.
E sobre a nova safra americana, o consultor chama a atenção para as regiões que ainda sofrem com o tempo seco e quente, principalmente a oeste dos EUA, em plena floração da soja, momento importante para ajudar na definição da produtividade norte-americana.
Ao lado da pouca movimentação observada no boletim do USDA, o mercado ainda está atento às vendas mais limitadas no Brasil e os ganhos para a oleaginosa na CBOT também pegam carona na alta da canola negociada na ICE. Na manhã desta segunda, como informou a Agrinvest Commodities, os futuros da canola marcaram limite de alta, sendo este o terceiro consecutivo em duas semanas.
“A alta da canolea acaba puxando o óleo de soja na CBOT na carona, dando suporte ao grão”, explica a consultoria. O Canadá, que é o maior exportador global do produto e do óleo, sofre com o tempo excessivamente quente e seco nas principais regiões produtoras de canola, soja, e trigo.
MERCADO NACIONAL
Apesar das boas altas em Chicago, os preços da soja no Brasil registraram apenas ganhos pontuais, em algumas praças de comercialização, como Castro no Paraná, onde subiu 1,23% para fechar com R$ 164,00 por saca. Em Rio do Sul, Santa Catarina, ganho de 2% para R$ 153,00.
O que limitou as altas nesta segunda-feira foi a baixa do dólar, de mais de 1%, levando a moeda americana a fechar com R$ 5,17. Os prêmios também mantiveram certa estabilidade diante do avanço das cotações praticadas na CBOT.
Todavia, os preços praticados no Brasil seguem em patamares elevados e, ainda como explica Vlamir Brandalizze, os indicativos no mercado interno poderiam sentir o impacto positivo melhor do que a exportação, com a demanda nacional também participando mais ativamente das compras.
Os vendedores, porém, estão mais retraídos agora, mesmo com patamares mais atrativos aparecendo neste início de semana se comparado à semana anterior.