Nesta quinta-feira (01), mercado pagou até R$10 reais a mais pela soja brasileira em relação à semana passada, com patamares de preços voltando a se aproximar dos R$170 para safra velha e acima de R$150 para safra nova.
O mercado da soja devolveu os ganhos registrados mais cedo e fechou a sessão desta quinta-feira (1) com pequenas baixas entre os principais contratos negociados na Bolsa de Chicago. Os recuos variaram entre 0,25 e 3,50 pontos, com o julho terminando o dia com US$ 14,46 e o novembro com US$ 13,95 por bushel. Mais cedo, as altas se aproximaram de 30 pontos.
Como explicou o consultor Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, esse foi um movimento de realização de lucros que o mercado já esperava, principalmente depois da disparada de ontem, e apesar de fundamentos ainda positivos que o mercado segue monitorando.
Além disso, o mercado também se posiciona com reajuste de suas posições antes do feriado de 4 de julho nos EUA, a ser comemorado na segunda-feira (5), quando a Bolsa de Chicago não opera.
De um lado, os traders dão ainda mais espaço à questão climática para o Corn Belt depois de o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) apresentar, em relação a março, uma manutenção da área plantada 2021/22 norte-americana. E as previsões continuam sinalizando preocupações, principalmente, com a porção oeste dos EUA.
“O relatório do USDA deu uns dois degraus a mais para as cotações em Chicago”, afirma Brandalizze. “Mas essas posições acima dos US$ 14 já não são tão atrativas para os chineses”, completa.
As recentes altas na CBOT, inclusive, já resultaram em preços melhores para a soja brasileira, com o mercado disponível chegando a testar os R$ 170,00 e a safra nova os R$ 157,00 por saca nos portos. “Mercado já pagando R$ 12 a mais por saca em relação à semana passada”, explica o consultor.
O Brasil concluiu o primeiro semestre de 2021 com recorde histórico nas exportações de soja em grão e no complexo da oleaginosa. De acordo com os dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) divulgados nesta quinta-feira (1), as exportações do grão em junho foi de 11,12 milhões de toneladas, levando o acumulado entre janeiro e junho a 61,3 milhões de toneladas. No mesmo período do ano passado, o acumulado foi de 58,8 milhões de toneladas.
Agora, ainda como explica Brandalizze, o movimento esperado é que haja uma disputa pelo restante do volume de soja ainda a ser comercializado pelo Brasil da safra 2020/21, entre exportadores e demanda interna, que deverá ser mais intensa nos próximos meses.