Contrariando a grita geral em relação à alta contínua dos preços, em setembro a inflação medida pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas recuou pouco mais de meio por cento em relação ao mês anterior. E, neste caso, o único produto do setor que não registrou perda foi o frango vivo, cuja cotação permaneceu inalterada pelo segundo mês consecutivo. Já os preços médio do milho recuaram 0,78% e o dos ovos perto de 3%, mais, portanto, que a inflação.
Comparativamente aos valores alcançados neste ano (base: preços de dezembro de 2020), novamente o frango tem o melhor desempenho, já que se valorizou 34,53% – novamente acima do milho, cujo preço aumentou 23,61%. O ovo apenas acompanhou a inflação.
E embora os resultados relativos aos últimos 12 meses não sejam muito diferentes entre si – frango aumentou 47%; ovo, quase 55%; e milho, perto de 52% – tudo isso se perde quando a base de comparação é o momento de implantação do atual padrão monetário brasileiro, o Real, em meados de 1994.
Neste caso, o frango fica a apenas 64 pontos percentuais da inflação acumulada desde então, mas se encontra com um valor quase 250 pontos percentuais menor que o do milho. De toda forma, uma situação bem menos sofrível que a do ovo, que fechou setembro registrando um déficit de quase 670 pontos percentuais em relação ao milho.
Se mantivesse a mesma paridade de preços com o milho registrada por ocasião de implantação do Real, o ovo teria sido comercializado em setembro por cerca de R$240/caixa. Não chegou nem à metade desse valor (R$111,04/caixa). Já o frango vivo, mesmo com a cotação inalterada em R$6,00/kg, chegou a 80% do valor paritário – R$7,47/kg