Em nutrição de poedeiras a aplicação do conceito de nutrição de precisão se traduz no uso de formulações que se aproximam ao máximo possível das exigências nutricionais da ave com o objetivo de maximizar o potencial de produção. Os objetivos desta produção maximizada devem incluir eficiência na utilização dos recursos disponíveis e sustentabilidade. E isso envolve o bem-estar dos lotes das aves poedeiras e saúde do consumidor visando a aplicação do conceito de saúde única. Em suma, o nosso papel como profissionais é o de maximizar a eficiência da utilização do nutriente ofertado para as aves ao longo dos períodos de produção com o intuito de minimizar os impactos ambientais de uma determinada produção.
Inicialmente, considera-se os componentes da dieta que podem afetar a utilização da energia, proteína e demais componentes como: vitaminas, minerais e suas interrelações. Para o nutricionista de poedeiras o melhor cenário de formulação é aquele onde se consegue ter mais opções de ingredientes na prateleira para cumprir com os requisitos que uma dieta deve cumprir (custo-benefício). Entretanto, ingredientes como milho e o farelo de soja por exemplo, ainda que sejam considerados comodities, são utilizados como principal base de energia e proteína, respectivamente. Apesar da classificação “comodities”, precisamos sempre tratá-los como ingredientes com nome e sobrenome no sentido de sempre avaliarmos, por meio de equações de predição, o valor nutricional mais próximo ao que estamos lidando naquele determinado momento da formulação e não somente considerando os resultados apresentados nas tabelas nutricionais, uma vez que este ponto depende de um complexo cenário que inclui características de produção e nível produtivo de cada cultivar. Desta forma, quando falamos de alimentos alternativos, devemos desmistificar um pouco essa ideia de “alternativo” e tratá-los como ingredientes que devem estar presentes corriqueiramente na prateleira do nutricionista para serem utilizados sempre que forem viáveis na fórmula. Ingredientes como farelo de trigo, triticale, aveia, sorgo e produtos à base de leveduras são alguns exemplos de ingredientes ainda tratados como “alternativos”, mas que poderiam viabilizar muito bem em diversas realidades produtivas.
Autora:
Mariana Nascimento é graduada em Zootecnia pela Universidade Federal do Espírito Santo, Mestre em Ciências Veterinárias, Doutor em Zootecnia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), com trabalhos, pesquisas e publicações na área de nutrição de aves e suínos. Atualmente é Coordenadora Técnica da Aleris Nutrição Animal.
O artigo está disponível na íntegra na edição 69 da Revista do OvoSite, leia gratuitamente a partir da página 12.