As doenças infecciosas em animais são um grande desafio para o setor produtivo mundial, cujo impacto econômico é estimado em mais de US$ 10 bilhões/ano. A avicultura contempla 48% das doenças infeciosas que acometem as diferentes espécies de animais de produção (bovinos 33%, suínos 9%, ovinos 4%, caprinos 4%, búfalos 1% e outras espécies 1%), sendo as doenças respiratórias as maiores causadoras de problemas na indústria avícola mundial. Entre as doenças virais de maior impacto, destacam-se a Influenza Aviária (IA), tanto as de alta patogenicidade (IAAP) quanto as de baixa patogenicidade (IABP), e a Bronquite Infecciosa das Galinhas (BIG). Ainda, entre as doenças que causam grandes impactos para a avicultura mundial estão a Doença de Newcastle (DNC), a Doença Infecciosa da Bursa (Gumboro), as micoplasmoses e as salmoneloses. A Laringotraqueíte Infecciosa das galinhas (LTI), não figura entre as de maior impacto para a indústria avícola mundial (World Bank, 2011).
As infecções virais impactam as condições fisiológicas das aves, podendo provocar mortalidade e/ou morbidade, levando a alterações dos parâmetros produtivos e do desempenho zootécnico, tais como a diminuição da fertilidade e da taxa de eclosão, diminuição da produção de ovos, alteração da qualidade da casca e do conteúdo dos ovos, falsas poedeiras, perda do ganho de peso diário, perda na conversão alimentar, refugagens, condenações de carcaças, entre outros (Andreatti-Filho et.al., 2020). Podem ainda interferir nos mecanismos de resposta imunológica favorecendo infecções bacterianas secundárias, como por exemplo, as causadas por E. Coli que, particularmente, têm apresentado perda da eficácia terapêutica de vários antibióticos, cuja resistência estaria associada ao uso de antimicrobianos para fins terapêuticos e não terapêuticos, levando à seleção e disseminação de diferentes microrganismos e de genes de microorganismos resistentes aos antimicrobianos (Cardoso et.al., 2014).
Autor:
Luciano Lagatta, médico-veterinário na Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA).
O artigo na íntegra está disponível na edição 71 da Revista do OvoSite, a partir da página 30.