Registre-se apenas como curiosidade. Mas, tomando como base as datas notificadas pelo MAPA à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) – inicio do evento: 9 de julho de 2024 – encerramento: 25 de julho de 2024 – o recente caso de Doença de Newcastle registrado no Rio Grande do Sul foi concluído em menos de três semanas. É um espaço de tempo ínfimo (cerca de três meses a menos) em comparação ao surto anterior, de 2006, encerrado quatro meses e meio depois das primeiras suspeitas.
Notícia a respeito (reproduzida abaixo) foi dada pelo AviSite em 15 de setembro de 2006: MAPA considera encerrado foco de Newcastle no RS (15/09/2006) no dia anterior (14) o MAPA considerou encerrado o foco de Newcastle detectado no município gaúcho de Vale Real nos primeiros dias do mês de maio.
Então, o Brasil já havia se tornado (desde 2004) o maior exportador mundial de carne de frango. Mas, diferentemente da ocorrência mais recente, o caso passou praticamente despercebido dos grandes meios de comunicação, ficando praticamente restrito ao meio avícola.
No entanto, naquele ano, o desafio maior do setor não foi a Newcastle, mas a Influenza Aviária. Que avançava na Ásia e começava a chegar à Europa, com efeitos devastadores (erros de comunicação) sobre a demanda mundial da carne de frango. Tanto que, após três décadas de crescimento praticamente contínuo (foram iniciadas em 1975), as exportações brasileiras de carne de frango sofreram seu primeiro grande retrocesso.
O importante, porém, é que os sinais de perigo surgidos naquela época não foram ignorados. Pois, desde então, num trabalho conjunto raramente observado em outros segmentos, os setores público e privado iniciaram a implantação de uma estrutura, inclusive com legislação específica, que hoje garante agilidade de ação no sistema de defesa sanitária animal brasileira, especialmente nos casos de Influenza Aviária e Doença de Newcastle.