Ganhos na CBOT passaram dos 2% e ajudaram a puxar a B3.
Os preços do milho voltaram a subir forte na B3 ontem, quinta-feira (21) e terminaram o dia com altas de quase 2% entre os principais vencimentos. O mercado nacional acompanhou as boas altas do milho na Bolsa de Chicago – as quais passaram de 2% – e se apoiaram também na alta do dólar frente ao real.
Assim, no mercado futuro brasileiro, o contrato setembro subiu 1,7% para R$ 66,33, o novembro 1,92% para R$ 69,38 e o janeiro com R$ 71,70 e alta de 1,49%.
Além disso, os ganhos também refletiram o comportamento dos produtores brasileiros na comercialização. A soja vem dando boas margens e demandando mais atenção do produtor, que foca mais na soja e menos no milho, segundo informam os analistas da Agrinvest Commodities.
“No Brasil, mesmo com os prêmios da soja recuando e compensando parte da alta nos futuros, as margens mais atrativas da oleaginosa estão mantendo os produtores focados na comercialização da oleaginosa, deixando o milho em segundo plano. Apesar da colheita da safrinha já ter superado 100 milhões de toneladas, o mercado doméstico segue com preços firmes no spot”, analisa a consultoria.
MAIS DE 2% DE ALTA EM CHICAGO
Na Bolsa de Chicago, os ganhos se deram na esteira das boas altas da soja e, principalmente, dos números fortes das vendas semanais para exportação da safra nova. Os futuros do cereal avançaram de 7,25 a 7,75 pontos, levando o dezembro a US$ 4,11 e o março/26 a US$ 4,29 por bushel.
O milho americano tem se mostrado muito mais competitivo, atendendo, inclusive, a uma demanda da Ásia que, neste momento, tradicionalmente, seria atendida pelo Brasil.
Para o milho da safra nova, as vendas foram de 2,860 milhões de toneladas e a maior parte também foi para destinos não revelados. As expectativas do mercado variavam de 900 mil a 2 milhões de toneladas.
“O programa americano de milho já soma 16,685 milhões de toneladas, ante 7,924 milhões da mesma época do ano anterior. A expectativa de safra recorde e a forte competitividade no mercado internacional, continuam mantendo a demanda concentrada nos EUA. Enquanto isso, já falam que o programa brasileiro deverá ser ajustado para baixo”, afirma a Agrinvest.
Na outra ponta, as atenções estão também sobre os números do Pro Farmer. O tour de safra está na reta final e as estimativas finais chegam ao final desta semana. Veja os dados dos estados já visitados, com médias de produtividade sendo aguardadas para o milho acima do ano passado em todos eles.