O agronegócio têm aumentado a necessidade por uma força profissional específica, e tem mostrado que quanto mais qualificada for, a força de trabalho terá um futuro de grandes oportunidades.
Hoje, os profissionais que se formam com visão global do agronegócio encontram um mercado extremamente receptivo, mas também competitivo. Há uma forte aderência para quem alia conhecimento técnico a competências de gestão, estratégia internacional e networking — justamente o que diferencia os que tiveram experiências práticas como a que mostramos no release.
Os pontos de atenção para os estudantes são: compreender o agro como um ecossistema complexo (clima, logística, tecnologia, política internacional), desenvolver habilidades de relacionamento com produtores e gestores e estar preparado para lidar com sustentabilidade e inovação como temas centrais.
Quem explica essa questão com exclusividade à Mundo Agro é Fábio Torquato, fundador da Agrotravel e especialista em relações internacionais. Segundo ele, o agro é um campo fértil de oportunidades, mas ainda falta mostrar para os jovens que não se trata apenas de “trabalhar na fazenda”, e sim de um setor global, tecnológico e com impacto direto na economia e na geopolítica mundial. “Novas experiências ajudam a despertar esse interesse, porque mostram o agro como ele realmente é: sofisticado, estratégico e cheio de possibilidades de carreira”, explica.
Um exemplo desta questão é o trabalho feito pelo FACAMP Conecta, programa de extensão da Faculdade de Campinas que reúne cursos extracurriculares e vivências técnicas. No módulo FACAMP Agro, desenvolvido em parceria com a Agrotravel, os estudantes passam por aulas teóricas e seguem para uma imersão em Sinop e Sorriso (MT), dois dos principais polos do agronegócio brasileiro. Já no módulo Startup Já!, o destino é o Vale do Silício (EUA), onde os participantes conhecem empresas de tecnologia que impactam diretamente o setor.
“Criamos o FACAMP Agro para aproximar ainda mais nossos alunos do mundo do agronegócio, que é uma das grandes riquezas do nosso país. Queríamos que o programa valorizasse os currículos, mas também proporcionasse experiências práticas e oportunidades reais de networking. E foi só o começo!”, afirma o professor Rodrigo Sabbatini, pró-reitor da FACAMP.
Estudantes aplicam conhecimento em um futuro promissor
Caio Rennó de Souza sempre teve curiosidade em entender como funciona, na prática, o agronegócio que movimenta o Brasil. Estudante de Economia na FACAMP, ele já havia participado de outras visitas técnicas, mas sentia que ainda faltava algo. “Eu queria ver de perto o que acontece no coração produtivo do país e, mais do que isso, conhecer as pessoas que fazem acontecer”, conta. Foi essa inquietação que o levou a se inscrever em uma imersão acadêmica idealizada pela Faculdade de Campinas (FACAMP), através do programa FACAMP Conecta, e organizada pela Agrotravel, empresa especializada em viagens técnicas e experiências de aprendizagem e negócios no setor agro. O destino era o Mato Grosso, um dos maiores expoentes do setor. “Lá, tudo é feito em larga escala. Eu precisava viver isso”, resume.
O que Caio encontrou foi muito mais do que uma viagem técnica. “O que mais me surpreendeu foi o tamanho e a organização das operações, o nível de tecnologia utilizada e de gestão… e, especialmente, a oportunidade de conhecer e trocar ideias com produtores, gestores e profissionais que estão à frente do agro brasileiro. Cada conversa foi uma verdadeira aula viva”, comenta.
Curadoria especializada e networking como diferencial
A experiência foi construída para conectar teoria e prática com profundidade, com foco não só no conhecimento técnico, mas também na criação de relacionamentos estratégicos. Por trás de cada rota, agenda técnica e conversa com diversos atores da cadeia está o olhar de Fábio Torquato. “O agronegócio brasileiro é um dos mais competitivos do mundo, mas ainda existe distanciamento entre a formação tradicional e a realidade do campo. Levar os estudantes para o centro produtivo, para conhecer os produtores e gestores, para trocar experiências, é essencial para formar profissionais com visão estratégica, global e redes de contato que realmente fazem diferença no setor”, afirma Torquato.
Segundo ele, compreender o agro como um setor internacional e cultivar relacionamentos sólidos é uma habilidade-chave para quem quer se destacar. “Em 2024, o Brasil movimentou cerca de US$ 164 bilhões em exportações do agro. Lideramos o mercado em soja, carne bovina, açúcar e café. Quem entende essas dinâmicas e constrói conexões com os protagonistas do setor ganha um diferencial competitivo enorme”, explica.
Para Caio, o principal aprendizado veio da vivência com quem realmente está no campo. “Em sala a gente estuda teoria, mercado, dados…, mas ver como o produtor pensa, como ele lida com clima, logística, preços e mão de obra, e ainda poder trocar experiências com eles, é outra coisa. As conversas foram verdadeiras aulas vivas de economia aplicada ao agro”, destaca.
A experiência também mudou sua forma de enxergar o setor. “Passei a entender melhor a responsabilidade, a complexidade e as oportunidades do agro. Não é só produzir soja ou criar gado, é um ecossistema gigante que envolve inovação, estratégia, resiliência e relacionamentos sólidos”, pontua.
Para Caio, o agro agora se apresenta de outra forma: mais complexo, mais estratégico, cheio de oportunidades e, acima de tudo, um setor em que os relacionamentos fazem a diferença. “Se você tem interesse no agro, vá além da teoria e busque vivenciar o setor na prática. É uma rede de aprendizado, conexões e experiências que abre portas para crescer de verdade”, afirma.