Com 148 casos confirmados até a noite de ontem (19 horas de 29 de novembro), o Brasil completa nesta quinta-feira, dia 30, exatos 200 dias de inédita convivência com a Influenza Aviária, detectada pela primeira vez no País em 15 de maio passado.
Nesses pouco mais de seis meses, houve momentos em que os casos se avolumaram, chegando a superar mais de um registro por dia. Mas, transcorridas quase 30 semanas da primeira detecção, a média diária é de 0,74 caso/dia, a maioria deles (quase 95% do total) envolvendo aves silvestres marinhas. Infelizmente, mamíferos marinhos também vêm sendo afetados (cinco casos registrados), enquanto a ocorrência em criações de subsistência continua restrita a três casos.
O mais importante: há pelo menos duas semanas – pela primeira vez nesse espaço de tempo – o Serviço Veterinário Oficial não registra nenhum novo caso da doença. O último data de 16 de novembro (14 dias atrás), foi registrado no município de Ilha Comprida, litoral de São Paulo e envolveu um trinta-réis, espécie que responde por mais de 75% das ocorrências em aves silvestres.
Pode ser o indício de redução do número de casos, o que, de certa forma, deve ser considerado normal em relação à estação do ano (aproximação do Verão). Mas ainda que isso seja verdadeiro, não é motivo de comemoração e, muito menos, de abrir a guarda.
No Hemisfério Norte – onde, durante a Primavera e o Verão, a doença praticamente desapareceu – está havendo novo recrudescimento de casos, ocorrência típica do Outono-Inverno, mas sinalizando agora maior gravidade que os surtos anteriores.
Aparentemente, é uma estratégia de guerra. Primeiro, o inimigo se retrai, deixando a impressão de que abandonou a batalha. Na verdade está se reorganizando para poder atacar com ainda maior agressividade. Nessa contenda, nenhum flanco pode ficar desprotegido.