Há décadas a ciência e a tecnologia avícolas vêm se dedicando a um dos mais complexos desafios da avicultura de postura e da área de reprodução avícola: o compulsório e inevitável sacrifício dos machos na produção de poedeiras e/ou de reprodutoras fêmeas. Porém, até aqui, todas as pesquisas têm se concentrado no ovo fértil, em relação ao qual se estabeleceu a meta de tentar impedir o desenvolvimento dos embriões machos antes da eclosão.
Mas uma empresa israelense adotou um outro foco na tentativa de resolver o problema: a genética. E, tudo indica, se deu bem. Tanto que acaba de apresentar ao mundo a Golda, “a primeira linhagem de galinhas a botar ovos que só produzem pintainhas”.
Quem anuncia esse feito é a Poultry by Huminn, empresa de tecnologia com sede em Telavive, até agora conhecida como NRS Poultry. No entanto, por trás dela estão, há sete anos, os cientistas do Volcani Center, órgão de pesquisa do Ministério da Agricultura de Israel, liderados pelo Dr. Yuval Cinnamon.
Eles, através de pesquisas, descobriram uma maneira de editar geneticamente o cromossomo Z da galinha (o gerador do macho) de forma a impedir, ainda no estágio de formação do óvulo, o desenvolvimento de embriões machos. A eclosão, afirmam, fica limitada às pintainhas, que não são geneticamente modificadas, porque herdaram o cromossomo W (não editado) da mãe e o cromossomo Z intocado do pai.
De acordo com a própria Hummin, o diretor geral de Saúde e Segurança Alimentar da União Europeia examinou a tecnologia e confirmou que tanto a linhagem Golda como os ovos delas provenientes podem ser comercializados sem necessidade de qualquer alteração regulatória nos padrões da UE. E, conforme o Dr. Cinnamon, o processo já vem sendo examinado pela Food and Drug Administration, nos EUA, e pelas autoridades competentes de Israel.
Clique aqui para assistir a vídeo no qual a Hummin apresenta sua nova tecnologia.