Nos 13 meses transcorridos entre maio de 2023 (1º caso registrado) até maio de 2024 foram 166 casos. Nos 11 meses seguintes (junho/24 a abril/25) – surpresa! – não foi registrado nenhum novo caso. Já neste ano, de maio passado para cá, em menos de 10 semanas (entre 15 de maio e ontem, 20 de julho) foram 16 novos casos, o que elevou o total de incidências de IAAP para 182 casos, quase 10% a mais que um ano atrás.
Naqueles mesmos 13 meses, a maior parte dos casos (mais de 98% do total) foi registrada no litoral ou em municípios vizinhos ao litoral, até mesmo nos casos envolvendo criações de subsistência (Serra, no Espírito Santo; e Maracajá, em Santa Catarina). As únicas exceções não-litorâneas foram registradas em Bonito, MS (criação de subsistência), em São Paulo (SP) e em Petrópolis (RJ), os dois últimos envolvendo aves silvestres.
Já nos 16 casos mais recentes – um deles atingindo a avicultura comercial – a maioria absoluta (15 casos) foi registrada no interior do País. O pior é que quase um terço deles envolveu criações de subsistência ou de fundo de quintal. No Mato Grosso (Campinápolis), em Goiás (Santo Antonio da Barra), em Santa Catarina (Meleiro), em São Paulo (Capital) e, o mais recente, no Ceará (Quixeramobim).
Em outras palavras, o vírus não só se interiorizou como também vem incidindo sobre criações de subsistência e/ou de fundo de quintal, presentes em todo o País e em relação às quais não há quaisquer medidas de biosseguridade. E é daí que vem o risco maior.
Por ser o país mais capacitado do mundo a tratar do problema, o Brasil tem lidado e controlado os casos de IAAP com brilhantismo. Mesmo assim é recomendável à avicultura formal o máximo reforço nas medidas de biosseguridade. Porque agora o perigo maior já não vem só do céu, através das aves silvestres: simplesmente mora ao lado, nas criações informais espalhadas por todo o território brasileiro.