Frente a uma inflação de 2,17% em março (índice aqui representado pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas), o ovo enfrentou queda de preço de quase 2,5%. Ou seja: a valorização no mês entre os produtos avícolas ficou restrita ao frango vivo, com incremento próximo de 5%. Mas menos da metade do aumento registrado pelo milho, que subiu 10,6%.
Porém, quando se avalia o desempenho do frango e do ovo no ano e em 12 meses, os desempenhos são opostos: no ano, frente a uma valorização de 18% do ovo, a do frango foi de apenas 4,6%. Já em 12 meses, o frango valorizou-se mais de 43%, mas o ovo não chegou a 12%. O lamentável, porém, é que em qualquer situação ambos perdem para o milho.
No entanto, o mais alarmante em relação ao milho é sua valorização mais recente em relação não só aos dois produtos da avicultura, mas também à inflação acumulada desde o início da vigência do atual padrão monetário brasileiro, o Real.
Um ano atrás, em março de 2020, embora já apresentando evolução de preço bem superior à do frango e do ovo, o milho acumulava variação muito próxima à da inflação. Já em março passado, frente a uma variação anual de 30% no IGP-DI, aumentou quase 57%.
Para resumir, se tivesse acompanhado o preço de sua principal matéria-prima, o frango vivo teria sido comercializado em março passado por algo em torno dos R$7,50/kg. Alcançou menos de 65% desse valor.
Bem mais defasado, porém, é o preço do ovo. Partindo do preço praticado na implantação do Real e considerando as altas acumuladas pelo milho, deveria ser comercializado em março por cerca de R$240,00/caixa. No Grande Atacado da cidade de São Paulo as cargas fechadas obtiveram não mais que 47% desse valor.
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