Nas palavras de Ron Barrett, Professor de Antropologia (Macalester College, St. Paul, Minneapolis, EUA), as previsões de doenças são como as previsões meteorológicas: “não podemos prever os detalhes de um surto específico ou de uma tempestade específica, mas muitas vezes podemos identificar quando essas ameaças estão surgindo e nos preparar adequadamente”.
Lembra, a propósito, que o vírus causador da gripe aviária é uma ameaça potencial à saúde global. Surtos recentes em animais pelo subtipo chamado H5N1 têm sido especialmente preocupantes para os cientistas.
Prossegue citando que embora as infecções humanas pelo vírus H5N1 tenham sido relativamente raras, desde 2003 houve mais de 900 casos conhecidos em todo o mundo e quase 50% desses casos foram fatais – uma taxa de mortalidade cerca de 20 vezes maior do que a da pandemia de gripe de 1918. “Se o pior desses casos raros se tornar comum entre as pessoas, os resultados podem ser devastadores.”
Abordando potenciais ameaças de doenças de uma perspectiva antropológica, Barrett e colegas publicaram recentemente um livro chamado “Emerging Infections: Three Epidemiological Transitions from Prehistory to the Present” (Infecções emergentes: três transições epidemiológicas da pré-história ao presente”) no qual analisam as formas como os comportamentos humanos moldaram a evolução das doenças infecciosas, começando com seu primeiro grande surgimento no período Neolítico e continuando por 10.000 anos até os dias atuais.
“Visto sob essa perspectiva temporal profunda, torna-se evidente que o H5N1 apresenta um padrão comum de invasão gradual de populações animais para humanas. Como muitos vírus emergentes, o H5N1 está passando por mudanças evolutivas incrementais que podem permitir sua transmissão entre humanos”, explica Barrett. E prossegue: Os períodos entre essas etapas evolutivas apresentam oportunidades para retardar esse processo e possivelmente evitar um desastre global.
Clique aqui para acessar a íntegra do artigo (publicado em The Conversation, “rigor acadêmico, estilo jornalístico”) em que Ron Barrett aponta as maneiras de evitar um desastre ainda maior que o atualmente ocasionado pelo H5N1.