A Polônia, que é o maior produtor de aves da UE, está lutando atualmente contra 262 surtos de gripe aviária, o maior número de todos os tempos no país. Mais de seis milhões de aves estão sendo sacrificadas em um esforço para impedir a propagação da doença, com o governo enfrentando uma grande conta de compensação.
O veterinário-chefe da Polônia atribuiu a gravidade do surto à excessiva concentração de granjas e pediu ao governo que mude os regulamentos para garantir maior espaçamento e medidas de segurança mais rígidas.
A Polônia abate mais de 1,3 bilhão de frangos por ano, produzindo quase 20% da carne de frango da UE. Sua indústria de exportação vale cerca de 13 bilhões de zlotys (€ 2,8 bilhões) anualmente.
“Esta é a primeira vez que enfrentamos uma crise tão grande”, disse Andrzej Danielak, da Associação Polonesa de Criadores e Produtores de Aves, à RMF FM. “Até agora, 65 surtos era o maior número [anual] e, hoje, já ultrapassamos 200.”
A atual crise deve elevar os preços dos ovos e das carnes de aves, que já subiram 65% desde novembro. No entanto, espera-se que a situação comece a melhorar graças ao clima mais quente.
“Há uma tendência de queda porque essa sazonalidade sempre foi associada ao ultravioleta e ao sol”, disse o veterinário chefe do país, Bogdan Konopka, à RMF.
Konopka propôs mudanças legislativas, já encaminhadas ao Ministério da Agricultura, para exigir um maior distanciamento entre as granjas, além de garantir que cada uma tenha uma área superior a 500 metros quadrados.