Pois em 2021 essa situação tende a uma mudança. E julho já demonstrou isso. Pois, em vez de retrocederem em relação ao mês anterior, as cotações registradas apresentaram alta mensal de 2,25% e alcançaram o segundo maior valor do corrente exercício, atrás apenas (por pequena diferença, 1,4% a menos) do recorde registrado em fevereiro passado.
Tal recuperação deve se intensificar em agosto corrente. E não apenas porque o País retoma suas atividades, mas também porque o setor começa a contar com a volta de um consumidor perdido desde o reconhecimento da pandemia, em março do ano passado: a merenda escolar.
Mesmo assim, é importante reconhecer que a obtenção de um dos melhores preços do ano não significa que o setor esteja, economicamente, em situação melhor que em meses anteriores.
O que pode levar a essa falsa conclusão é o fato de os preços médios de julho passado terem ficado 53% acima do valor registrado um ano atrás, o que – para os menos afetos às peculiaridades do setor – soa como uma exorbitância.
Mas o que precisa ser considerado aqui é que, há exatamente um ano, após o primeiro “boom” de consumo surgido com o isolamento social (na emergência, o ovo foi a salvação, por ser de fácil e rápida preparação), o consumidor passou a diversificar sua alimentação (entrou na moda o “delivery”), o que fez com que as cotações do produto sofressem forte retração (no trimestre julho/setembro, os menores preços de 2020).
Em outras palavras, para o setor produtivo a correção anual de mais de 50% não tem o menor significado. Porque, principalmente, o insumo básico do ovo, o milho, registrou nestes últimos 12 meses aumento superior a 90%.
Por sinal, essa situação se revela ainda mais crítica ao se comparar os preços mais recentes com a média registrada em 2019, quando o milho tinha preços mais comportados para os padrões brasileiros. Neste caso, a valorização obtida pelo ovo ficou próxima dos 65%. Já o milho teve o seu preço corrigido em 140%.
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