Mesmo com demanda aquecida e alta competitividade, o mercado para a carne se frango ainda está pressionado pelos custos de produção, principalmente no que concerne a alimentação das aves, segundo o presidente da Associação Paulista de Avicultura (APA), Érico Pozzer.
Ele explica que, como a massiva maioria da produção de frango é integrada, as empresas “não podem pagar para trabalhar” e devem controlar a produção para ficar mais ajustada à demanda, também por conta dos custos de produção.
“Em maio e junho os custos deram uma ligeira folga por causa de pequenos recuos nos preços do farelo de soja e do milho, mas por causa das geadas no final de junho, o milho voltou a subir e agora, a empresa que está trabalhando bem está empatando (preço do proxito X custos de produção)”, aponta.
De acordo com Pozzer, uma minoria, em torno de 5% dos avicultores que não são integrados, estão tendo uma certa margem de lucro vendendo frangos vivos. Entretanto, a comercialização da ave abatida tem sido feita repassando paulatinamente os custos de produção à ponta final.
“O consumidor já está descapitalizado, então para que o consumo siga aquecido, estes repasses precisam ser feitos aos poucos. Acredito que no Brasil nunca se consumiu tanto frango como agora; com o preço de um quilo de carne bovina se compra três quilos de carne de frango”, afirma.
Com um horizonte no qual os custos de produção não devem ceder de forma consistente, Pozzer pontua que o controle na produção será necessário no segundo semestre, para que haja uma estabilização entre as relações de troca.