O agravamento da crise sanitária tem feito empresários em vários países considerarem este ano como perdido, segundo pesquisa feita pela consultoria KPMG. Quase metade dos executivos ouvidos (45%) disseram não enxergar um retorno dos negócios à normalidade até 2022.
Uma fatia menor, de 31%, espera que o retorno ao curso normal ocorra em 2021. Os dados fazem parte da pesquisa feita com 500 CEOs de 11 mercados (Austrália, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Itália, Japão, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos) entre 29 de janeiro e 4 de março de 2021.
O estudo mostra que mais da metade (55%) dos executivos temem que nem todos os funcionários consigam tomar uma vacina contra a covid-19, o que poderá colocar alguns mercados e operações em desvantagem. “A pesquisa evidencia que os negócios nunca mais serão os mesmos em função da pandemia. Sairemos dela com aprendizados importantes para o futuro das empresas, das pessoas, da sociedade e do meio ambiente”, diz Charles Krieck, presidente da KPMG no Brasil e América do Sul.
Apesar do cenário incerto para a economia global, os CEOs se mostraram mais otimistas em relação ao levantamento anterior, cujos dados foram coletados entre julho e agosto de 2020. Dos entrevistados, 88% estão confiantes ou muito confiantes com o crescimento de suas empresas nos próximos três anos – essa fatia era de 68% no levantamento anterior. Sobre perspectivas de expansão da economia global, apenas 43% se disseram confiantes ou muito confiantes. Eram 31% na pesquisa anterior.
A pandemia também acelerou a atenção dos CEOs na digitalização de seus negócios. Os executivos passaram a prestar mais atenção na conexão digital com os clientes. E identificaram a segurança cibernética como a principal preocupação, podendo impactar o crescimento das operações ao longo de três anos.
A principal área de investimento planejado engloba medidas de segurança de dados (52%), seguida por tecnologias centradas no cliente (50%). A maioria dos CEOs (61%) afirma que continuará desenvolvendo ferramentas de colaboração e comunicação digitais.
A vacinação da equipe terá importante impacto sobre funcionários e viagens de negócios. Um quinto (21%) das empresas pedirá a clientes e visitantes que informem se foram vacinados.
A pesquisa também mostrou que apenas 17% dos executivos globais estão procurando reduzir os espaços dos escritórios em decorrência da pandemia. Eram 69% em agosto de 2020.