Soja brasileira chega a ser até US$ 20/t mais barata que a americana.
Os preços da soja no mercado brasileiro tiveram um dia mais calmo nesta quinta-feira (4). Com a volatilidade intensa na Bolsa de Chicago e do dólar, as referências não acompanharam um caminho comum, testando altas e baixas, e outras mantendo a estabilidade.
Nos portos, os preços caíram e terminaram o dia com perdas entre 0,58 e 0,87%, com a soja spot valendo R$ 171,00 em Paranaguá e R$ 170,50 em Rio Grande, já para abril são R$ 172,00 e R$ 171,50 por saca. Em Santos, a referência para junho segue nos R$ 178,00 por saca.
No interior, alguns dos destaques foram Goiás, com altas de 1,92% em Jataí e Rio Verde, para R$ 159,00; São Gabriel do Oeste/MS, com R$ 155,00. Entre as baixas, praças de Mato Grosso e Paraná perderam pouco mais de 0,60%, mas com valores ainda elevados, entre R$ 160,00 e R$ 170,00 por saca.
Como informou ao Notícias Agrícolas nesta quinta-feira o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo de Sousa, a China esteve presente no mercado brasileiro hoje, ajudou a melhorar os prêmios, principalmente nas posições mais longas, como junho e agosto.
“A China não precisa comprar soja nos EUA, no Brasil é muito mais barato. Eles estavam comprando lá para atender suas necessidades”, explica Sousa, afirmando que são aproximadamente US$ 20 por tonelada de diferença entre o produto brasileiro e o americano.
A formação dos preços passou também por um dólar bastante volátil frente ao real. A moeda americana testou os dois lados da tabela e fechou o dia com leve baixa de 0,11% e valendo R$ 5,66.
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BOLSA DE CHICAGO
Na Bolsa de Chicago, as cotações terminaram o dia com pequenos ganhos de 3 a 4,50 pontos, levando o março a US$ 14,15 e o maio a US$ 14,10 por bushel. Ao longo do dia, porém, os preços chegaram a subir mais de 1%, mas perderam força ao longo da tarde até o fechamento.
O mercado ganhou mais força nesta quinta depois da chegada do novo boletim semanal de vendas para exportação pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Apesar de baixas, as vendas vieram dentro das expectativas do mercado e elevando o total já acumulado no país a 60,149,1 milhões de toneladas. Para toda a temporada, as exportações são esperadas em 61,24 milhões, o que sinaliza que os estoques americana, portanto, seguem bastante pressionados.
Além disso, os preços foram motivados ainda pela sinalização de que a demanda interna americana deverá ser mais forte diante de novos investimentos da Cargill, mesmo sendo estes de longo prazo.
Ademais, os traders ainda monitoram o clima na América do Sul, que segue bastante desfavorárel no Brasil com o excesso de chuvas na região Centro-Norte dificultando a colheita e na Argentina, onde o tempo mais seco e quente compromete o desenvolvimento das lavouras.