Análise da Consultoria DATAGRO indica forte incremento do complexo soja a ser embarcado neste ano, muito acima do recorde de 2020, levando em consideração a atual projeção da safra 2020/21, de 136,9 milhões de toneladas, 7% a mais em relação à temporada anterior, que colheu 128,1 mi de t.
A estimativa para os embarques totais em 2021 é de 106,5 mi de t, 5,0% superior aos 101,4 mi de t fechados do ano passado.
Para chegar a esse total recorde, considera-se a previsão de embarques de 87,5 mi de t de soja (+4,9%); de 18 mi de t de farelo de soja (+6,1%) e o volume de 1,05 mi de t de óleo de soja (-5,3%).
Em função dessa boa previsão de acréscimo no volume total a ser embarcado, a DATAGRO indica que a receita total a ser obtida nas exportações do complexo soja brasileiro em 2021 seja novamente expressiva e, provavelmente, bem acima do recorde de 2018, totalizando US$ 45,583 bilhões, 28,8% superior à receita de 2020. Seriam US$ 36,575 bi decorrentes das vendas de soja em grão (+27,3%); US$ 7,848 bi das vendas de farelo (+33,6%) e US$ 1,160 bi das vendas de óleo (+52,4%).
A tendência é que haja aumento da participação do complexo soja na pauta geral de exportações do País. Para uma receita total projetada atualmente em US$ 222,000 bi, o setor contribuiria com 20,5%, proporção bem acima dos 16,9% de 2020 e dos 17,0% do recorde de 2018.
Primeiras projeções para 2022
A DATAGRO prevê para 2022 avanço apenas de volume sobre o ano atual, já que a expectativa é de retração nos preços médios em todo o complexo, devendo resultar em receita total menor. A consultoria projeta o total de saídas externas do complexo soja em 109,2 mi de t, 2,5% superior ao recorde previsto para a safra deste ano.
Para chegar a esse total, leva-se em conta a projeção de embarques de 90,5 mi de t da oleaginosa, 3,4% de aumento sobre 2021; manutenção dos 18 mi de t do farelo de soja e retração no óleo, para apenas 700 mil t, queda de 33,3% na comparação com este ano.
Em relação à receita, os números iniciais indicam US$ 42,103 bi, o que contabilizaria perda de 7,6% sobre o ano atual.
Estima-se redução na participação das exportações do setor na pauta geral do País, dos 20,5% de 2021 para 18,1% em 2022. “Apesar de menor, essa nova taxa ainda segue muito superior aos 13,8% da média para os últimos dez anos, e, caso se confirme, seria a segunda maior da história”, destaca Flávio Roberto de França Junior, coordenador de Grãos da DATAGRO.