Os índices de chuva abaixo da média histórica nos meses de novembro e dezembro foram os principais responsáveis pelos registros de perdas que já se confirmam. A expectativa era colher em média 65 sacas por hectare de soja e 180 sacas por hectare de milho. No entanto, os primeiros resultados na soja, com 2% colhidos na área de abrangência da Coopavel, são de 15 a 30 sacas por hectare. Já no milho, com 1% colhido até o momento, a previsão é de apenas 85 sacas por hectare.
Com as perdas já estimadas na área de cobertura da Coopavel, o prejuízo aos produtores rurais na cultura da soja chegará a R$ 2,4 bilhões. E na do milho deverá superar os R$ 175 milhões. “Esses valores consideram apenas a comercialização, sem calcular a qualidade do grão e os impactos em toda a cadeia produtiva”, informa o gerente de Filiais Oeste, Altair Garcia. Os valores obtidos pelos produtores rurais, devido à quebra de até 55%, cobrirão somente os custos.
A expectativa agora é que as chuvas retornem à região e ao Estado para que a segunda safra de milho seja boa e faça com que o Paraná colha o suficiente para suprir as suas necessidades e para que possa atender as atividades pecuárias das cadeias das proteínas de frango e suínos, afirma Dilvo Grolli. “As chuvas também são fundamentais para estabilizar as perdas das lavouras que estão no campo em fase de enchimento de grãos”, pontua o presidente da Coopavel.
As chuvas de novembro e dezembro foram abaixo da média histórica em todos os 23 municípios nos quais a Coopavel atua. Como exemplo, cita-se a precipitação pluviométrica registrada em Cascavel no mês passado. Em dezembro de 2020, o volume de chuvas foi de 235 milímetros e em dezembro último de apenas 3 milímetros.
Além de pouca precipitação, outros dois fatores contribuíram para agravar as perdas: a má distribuição da chuva e as temperaturas elevadas – em vários dias, os termômetros registraram níveis de calor superiores aos 30 graus, com sensação térmica ainda maior e registro de baixa umidade relativa do ar.