Definitivamente, 2021 (e não só dezembro) ficará marcado como um desafiante período para a avicultura.
Como de praxe, pior para o ovo. Que, além de ver seu preço recuar de novembro para dezembro, alcançou, na média do ano, valor apenas 1% superior ao de 2020. O que não significa que o desempenho do frango vivo tenha sido muito melhor. Pois, frente a uma evolução anual de 19% do milho, sua principal matéria, e de quase 18% da inflação (aqui medida pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas), seus preços foram corrigidos em apenas 12%.
Resultados mais graves, porém, são constatados na comparação com as médias registradas em 2019. Porque, em apenas um biênio, o preço do médio do milho aumentou 82%, o do frango vivo pouco mais de 56% e o do ovo não mais que 16%.
Tais perdas se repetem (e crescem) na vigência do atual padrão monetário brasileiro, o real. Porque, de 1994 até 2021 o ovo acumula variação de pouco mais de 400% e o frango vivo de, aproximadamente, 736%, bem abaixo da inflação de quase 990% e do milho, cujo preço mais recente ficou cerca de 1.100% acima do registrado por ocasião de implantação do real.
Seria, enfim, um péssimo resultado não fosse o fato de, mais uma vez, a avicultura ter cumprido da melhor forma seu papel social, garantindo a acessibilidade da população a dois alimentos nobres. Pena, somente, que, mesmo assim, muitos brasileiros não tenham obtido acesso nem ao frango nem ao ovo.