Mas o desempenho do ovo em janeiro passado surpreendeu negativamente, a ponto de deixar o setor assustado. Porque, em boa parte do mês, os preços alcançados pelo produtor refluíram significativamente, chegando em alguns momentos a registrar valores nominais inferiores aos de um ano atrás.
A limpeza do plantel, com o descarte de poedeiras mais velhas e/ou pouco produtivas recolocou a produção nos trilhos e com isso, após abrir 2022 com um valor apenas 3% superior ao do início de 2021, o setor encerrou janeiro com um ganho de quase 18% sobre a última semana de janeiro do ano passado.
Isso deixou o setor mais aliviado, mas como a reversão só ocorreu no final do período, o ganho anual não passou de 6%, enquanto em termos mensais prevaleceu novo recuo – o quinto consecutivo – de pouco mais de 5%, fazendo com que a média de janeiro ficasse quase 25% aquém do recorde de agosto de 2021.
De toda forma, já há recuperação. O que, mesmo assim, não garante o equilíbrio econômico da produção. E o maior desafio, no caso, vem do custo, que continua ascendente, sem sinais de reversão.
Sob esse aspecto, o peso maior vem da matéria-prima do ovo, o milho. Exemplificando, na média de 2019 – ou seja, antes que ocorresse a atual explosão de preços do grão – uma caixa de ovos (30 dúzias) gerava receita suficiente para adquirir 1,66 saca de milho – perto de 100 kg. Pois em janeiro passado o poder de compra do ovo em relação ao milho ficou em apenas 0,91 saca – 54,6 kg ou quase a metade do volume adquirível três anos atrás.
A perspectiva que prevalece no momento para o setor é de continuidade da recuperação incrementada no final de janeiro. Mas, consideradas as tendências do custo, a sinalização é a de um ano novamente desafiador para o setor produtivo.