A Evonik, uma das grandes fornecedoras globais de especialidades químicas, inaugurou ontem seu primeiro Centro de Tecnologia Aplicada (ATC, na sigla em inglês) no Brasil, mediante investimento de R$ 20 milhões.
Já em operação em Americana, no interior paulista, o centro começou a ser construído em 2020 e reúne oito laboratórios e duas plantas piloto, concentrando em um novo prédio laboratórios que antes estavam distribuídos em diferentes unidades da companhia no país.
Voltado ao atendimento de clientes na América do Sul e Central, o ATC foi equipado com tecnologias de ponta e é “essencial para a Evonik”, potencialmente trazendo ganhos não só para clientes mas para a sociedade, diz o presidente da companhia para a Região América Central e do Sul da companhia, Elias Lacerda.
“A sustentabilidade é uma tendência forte e o Brasil tem vantagens estratégicas frente a outras regiões. O ATC dá suporte também para a busca de soluções rumo à economia verde”, afirma o executivo.
Conforme Lacerda, os laboratórios de aplicação que compõem o centro estão direcionados a mercados estratégicos para companhia, como agronegócio, construção civil, cuidados pessoais e nutrição animal, entre outros. As plantas piloto, por sua vez, são voltadas a nutrição animal e poliuretanos.
A escolha de Americana levou em conta as instalações industriais existentes da Evonik na cidade, a proximidade com grandes clientes e universidades, e o acesso fácil ao Aeroporto de Viracopos, na praticamente vizinha Campinas. Cerca de 20 profissionais trabalham no centro.
Com vendas consolidadas de € 15 bilhões em 2021, o grupo teve forte desempenho na América do Sul e Central. Ante 2019, as vendas da operação subiram 15%. Frente a 2020, a expansão foi superior a 20%. De acordo com a diretora financeira da Evonik, Ute Wolf, a região foi melhor do que as demais em 2021.
A pressão de custos em energia e matéria-prima percebida a partir do ano passado, de acordo com a executiva, deve se manter em 2022. “Mas a operação na Europa vai sentir mais [a pressão de custos] que as Américas”, afirma, ao ser questionada sobre potenciais impactos da escalada dos preços do petróleo nos negócios do grupo.
Conforme Lacerda, no Brasil, o agronegócio é um dos principais setores de atuação da Evonik e tem mostrado forte desempenho, embora uma eventual escassez de fertilizantes por causa das sanções à Rússia e o avanço da inflação possam trazer danos à atividade. Infraestrutura e mobilidade também são mercados relevantes e promissores no país, acrescenta.