A consultoria Datagro cortou sua estimativa para a safra brasileira de soja 2021/22 de 125,10 milhões de toneladas em março para 124,73 milhões de toneladas, conforme o seu 7º levantamento de safra divulgado pela consultoria. “A produtividade caiu intensamente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Rondônia, além de recuos residuais em Minas Gerais, Distrito Federal e Pará. Com ganhos esperados apenas em Mato Grosso, Goiás e região do Matopiba”, explicou o coordenador de Grãos da Datagro, Flávio Roberto de França Junior. Inicialmente, a consultoria estimava potencial produtivo de 145 milhões de toneladas de soja no País na safra atual. A consultoria reforçou que o fenômeno climático do La Niña trouxe “expressivo prejuízo” à safra de soja e milho de verão.
Em relação à área, a Datagro prevê que o plantio da oleaginosa tenha alcançado 41,18 milhões de hectares no ciclo 21/22, 5% mais que o semeado na temporada anterior. Em março, a consultoria previa área de 41,09 milhões de hectares para a cultura. “Com isso, o produtor brasileiro da oleaginosa ratifica o décimo quinto ano consecutivo de aumento da área plantada”, observou a consultoria.
A Datagro informou também que a colheita de soja entrou na reta final no País. Até 29 de abril, de acordo com levantamento realizado pela consultoria, 94,9% da área projetada havia sido colhida, avanço semanal de 2,2 pontos porcentuais. Na comparação com o ano passado e com a média dos últimos cinco anos, a colheita da oleaginosa está atrasada ante 96,9% colhidos em igual período de 2021 e 96,1% colhidos na média dos últimos cinco anos.
Milho – A consultoria Datagro elevou sua estimativa para a safra brasileira de milho 2021/22, incluindo produção de verão e inverno, de 118,31 milhões de toneladas previstas em março para 118,73 milhões de toneladas. Conforme o seu 7º levantamento de safra, se confirmado, o volume será 35% maior que o colhido na temporada 2020/21, de 87,72 milhões de toneladas, quando houve quebra de produção, em virtude de condições climáticas desfavoráveis. A área plantada com o cereal na safra 21/22 também foi elevada. Deve crescer 9% na comparação com a temporada anterior, de 20,47 milhões de hectares para 22,21 milhões de hectares.
Para a safra de milho verão, a consultoria aumentou previsão de produção de 24,74 milhões de toneladas para 24,80 milhões de toneladas – sendo 17,95 milhões de toneladas do Centro-Sul e 6,85 milhões de toneladas do Norte/Nordeste. Apesar da revisão positiva, se confirmada, a safra será 1% menor que o colhido na temporada anterior, de 25 milhões de toneladas. O aumento na estimativa deve-se ao avanço de 5% previsto na área destinada ao milho verão no País, passando de 4,40 milhões de hectares previstos em março para 4,60 milhões de hectares estimados agora. A área ocupada com as lavouras, se confirmada, será 4% superior à semeada na temporada anterior.
A consultoria também informou que a colheita de milho verão no Centro-Sul alcançou 95,4% da área estimada até 29 de abril, ante 92,6% na semana encerrada em 22 de abril e 93,8% na média dos últimos 5 anos.
Quanto à safra de milho de inverno, chamada de safrinha, a Datagro prevê produção de 93,92 milhões de toneladas, 50% acima dos 62,72 milhões de toneladas colhidos em 20/21. “Considerando o plantio antecipado e clima regular em fevereiro, março e primeira quinzena de abril, o potencial de produção do País para a 2ª safra é de 93,92 milhões de toneladas”, observou a Datagro. Do total, 86,20 milhões de toneladas devem ser colhidos na região Centro-Sul, em área de 15,01 milhões de hectares, e 7,72 milhões de toneladas produzidas no Norte/Nordeste, em 2,60 milhões de hectares, estima a Datagro. O aumento na produção deve-se, segundo a consultoria, à “forte elevação” na área destinada ao cereal de inverno, passando de 16,07 milhões de hectares semeados no ano passado para 17,61 milhões de hectares estimados para a safra atual (ante 17,20 milhões de hectares previstos em março).
