Raras têm sido as vezes em que frango vivo e milho registraram evolução de preço próxima à da inflação. Pois isso ocorreu em abril passado e tende a se repetir em maio corrente, apesar de o frango permanecer com preços estáveis.
Um ano atrás, no mês de abril, o preço alcançado pelo milho ultrapassou a inflação (aqui medida pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas) em 315 pontos (agosto de 1994 = 100). E o preço do frango em quase 540 pontos. Ou seja: em relação aos valores registrados por ocasião da implantação do atual padrão monetário brasileiro, enquanto a inflação acumulou variação de 920%, o milho registrou aumento de 1.235% e o frango vivo de não mais que 696%.
Já neste último abril, a variação de preço registrada pelo milho recuou para 1.128%, a inflação evoluiu para 1.058% e o preço do frango vivo aumentou 983%. Diferenças, portanto, de perto de 70 pontos percentuais do milho para a inflação; e de quase 145 pontos percentuais do milho para o frango vivo – a menor diferença observada desde outubro de 2020.
De sua parte, o ovo continua à distância desse “ajuntamento”. Embora tenha alcançado, em abril, a melhor cotação de todos os tempos – o que significou variação de, aproximadamente, 635% na vigência do real, permanece perto de 424 pontos percentuais aquém da inflação e quase 500 pontos percentuais aquém da variação obtida pelo milho.
Se tivesse acompanhado, pelo menos, a inflação do período, o frango vivo teria sido comercializado em abril por cerca de R$6,76/kg – ficou perto de 4% abaixo desse valor. Pior, naturalmente, foi o resultado obtido pelo ovo, pois deveria ter sido comercializado por pouco mais de R$217/caixa, mas alcançou somente dois terços desse valor.