Onda de frio já considerada histórica pelos meteorologistas – avança sobre o Brasil despencando os termômetros em todos os estados, principalmente no sul e sudeste do país. E uma das preocupações desta queda de temperatura são os produtores rurais, que precisam estar preparados para contabilizar os prejuízos causados pelo frio intenso.
Na maior parte das regiões, as temperaturas mais baixas estão sendo registradas esta semana. Nas áreas do Sul, por exemplo, Santa Catarina chegou a registrar -2,4ºC com geada. Outras regiões do Sul também registraram geadas e temperaturas quase negativas. General Carneiro, no Paraná, com 0,3°C; Vacaria, no Rio Grande do Sul, com 1,4°C; Inácio Martins (PR), 1,7°C; São José dos Ausentes (RS), 2°C e o também catarinense Rio Negrinho com 2,9°C.
As geadas criam um cenário de forte preocupação para o agronegócio do país. A região Sul, por exemplo, tem uma forte presença quando se fala em extrativismo, agropecuária, indústria, entre outros. Há uma intensa produção de soja, tabaco, cana de açúcar, laranja, uva, além da criação de gado. Minas Gerais, também listada como região que será fortemente afetada, é conhecida por ser o maior produtor nacional de café.
Douglas Duek, CEO da Quist Investimentos, atua constantemente no setor de agronegócios e afirma que, em casos como estes, o impacto pode ser sentido, inclusive, em âmbito internacional, já que o Brasil é um dos maiores exportadores de café. “O que acontece é que, caso ocorra queda na produção, o mercado pode ameaçar um aumento nos preços”, explica.
Duek conta que ainda é cedo para saber se haverá ou não impactos na safra de 2022, mas existem grandes chances de que as produções sejam duramente atingidas pelo fenômeno e, consequentemente, o bolso do consumidor. Além disso, os prejuízos para o produtor costumam ser muito altos. “Isso significa grandes prejuízos para o agricultor”, completa.
Para os casos de problemas financeiros intensos, causados por este tipo de situação, além de planejar novamente as produções, Duek indica estudar o alongamento de dívidas, principalmente em caso de débitos antigos, para organizar as próximas ações. Além disso, deve levar em consideração a possibilidade de recorrer à recuperação judicial nos casos mais extremos, já que esse processo contém diversas soluções, ideal para cada caso.