O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, fechou junho com estimativa de pequena redução na produção de milho da segunda safra 2021/22, o que contribui para baixar, nos mesmos patamares, a previsão da safra paranaense. A projeção agora é que serão produzidos pouco mais de 36,2 milhões de toneladas contra 36,8 milhões de toneladas previstas em maio. Ainda assim, se trata de uma safra recorde. A área de plantio é de quase 10,9 milhões de hectares.
O chefe do Departamento de Economia Rural, Marcelo Garrido, destacou os bons crescimentos projetados para alguns produtos, em relação à safra anterior, particularmente as culturas de milho e de feijão. “É importante observar que, apesar dos problemas enfrentados pelo agricultor, sobretudo os climáticos, a persistência e a vontade de semear a terra venceram e novamente vislumbramos recordes em alguns produtos”, afirmou.
A Previsão Subjetiva de Safra (PSS), apresentada na última quinta-feira (30/06) pelos técnicos do órgão, aponta que a produção de milho nesta segunda safra deve ficar em torno de 15,4 milhões de toneladas. É uma redução de 700 mil toneladas em relação à projeção inicial de 16,1 milhões de toneladas. Mas será 170% superior ao colhido na safra anterior, muito afetada pelas condições climáticas adversas, e que ficou em 5,7 milhões de toneladas.
“A estimativa desse ajuste na produção em relação a maio está também ligada a fatores climáticos pontuais e a doenças na lavoura, especialmente a cigarrinha”, afirmou o analista de milho no Deral, Edmar Gervásio. Segundo ele, foram plantados 2,7 milhões de hectares neste ciclo no Paraná, o que representa 8% a mais que na segunda safra anterior, e a colheita está apenas começando, com 6% de área efetivada. “De modo geral, é ótima safra, com recuperação de estoques, que estavam afetados pelos problemas dos ciclos anteriores, e um alento para regiões que consomem mais milho.”
TRIGO – A PSS de junho mantém a expectativa de que sejam plantados em torno de 1,17 milhão de hectares de trigo no Estado, com previsão de se colher 3,9 milhões de toneladas. Se for confirmada, a produção será 20% superior à da safra anterior, ainda que a área plantada seja 5% inferior. A colheita já teve início mais ao Sul do Estado, mas ainda representa menos de 0,1% da área total.
“No geral, a safra ainda deve demorar a ganhar volume, pois não há áreas significativas em enchimento de grãos ou maturação”, disse o agrônomo Carlos Hugo Godinho, analista da cultura no Deral. Segundo ele, as lavouras mais adiantadas estão em floração, representando 7% do total. “Essas áreas estão mais no Norte do Estado, onde não há previsão de geadas para os próximos dias”, ponderou.