Ano a ano avançam as ações de inovação realizadas pelos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Com ações mais integradas, os NITs têm conseguido criar uma cultura de inovação cada vez mais forte dentro dos Institutos e unidades regionais, o que se reflete no aumento no número de pedidos de patente, de registro de cultivares, de licenciamento de tecnologias e de prestação de serviços especializados.
Desde 2018, os seis Institutos e unidades regionais da APTA já depositaram 12 pedidos de patente no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), além de cinco pedidos de registro de marcas. No período, foram concedidas seis patentes e duas marcas registradas. O Instituto Agronômico (IAC) registrou ainda 59 cultivares de diversas culturas agrícolas e protegeu 20 cultivares nesse período.
De acordo com Ana Eugênia de Carvalho Campos, diretora do Instituto Biológico (IB) e responsável pela Rede NIT-APTA, esses resultados têm sido alcançados pelo trabalho intenso realizado dentro dos Institutos. Desde que foram instituídos, em 2016, os NITs têm atuado junto aos pesquisadores na construção da inovação, trabalho esse que contribui para o desenvolvimento nacional e também das instituições.
“A Lei de Inovação e o Decret o Estadual Paulista de Inovação trazem possibilidades enormes para os nossos Institutos. Amparados nesse arcabouço jurídico podemos ampliar muito a nossa capacidade de atuação, o que impacta o mercado, mas também toda a sociedade”, afirma.
Ana Eugênia explica que quando uma empresa licencia determinada tecnologia/know how dos Institutos, ela poderá levar para o mercado aquela invenção, ou conhecimento, o que trará ganhos econômicos para a empresa, mas resultados positivos para todo o setor do agro e à sociedade em geral.
“Além disso, parte dos recursos arrecadados com o licenciamento da tecnologia/know how retorna para as nossas instituições, o que trará mais investimentos em outros estudos científicos. Existem diferentes formas de levar esses resultados ao setor produtivo, sem necessariamente passar pela exploração comerci al, como os projetos de políticas públicas, que também levam tecnologia e conhecimento dos Institutos de Pesquisa da APTA”, complementa.
Todo o trabalho está alinhado com a consultoria jurídica da Secretaria de Agricultura e a Procuradoria Geral do Estado de São Paulo, que têm auxiliado os gestores dos NITs do IAC, IB, Instituto de Economia Agrícola (IEA), Instituto de Pesca (IP), Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) e Instituto de Zootecnia (IZ) no refinamento dos entendimentos relativos ao arcabouço jurídico da inovação.
“Temos trabalho bem próximo à Procuradoria Geral do Estado de São Paulo, que tem nos auxiliado muito, tirando dúvidas relativas à legislação na área e apontado caminhos para vencermos os desafios que encontramos no dia a dia”, conta Ana Eugênia.
Plantando a semente
Os NITs têm atuado para plantar a sementinha da importância da inovação e do envolvimento dos pesquisadores com empresas e startups por meio de diversas capacitações. Exemplo disso foi a realização dos treinamentos internos, como as três edições do Seminário do Ecossistema de Startups Inovadoras do Agronegócio, realizados de 2019 a 2021.
“Foi um treinamento interno, com participação dos nossos pesquisadores e alunos de pós-graduação, junto com startups que participam do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE)”, afirma Lilian Anefalos, pesquisadora responsável pelo NIT-IAC.
A iniciativa nasceu a partir de uma parceria com o Instituto iCorps Brasil, liderado por Flávio Grynszpan, consultor de empresas especializado em Inovação, empreendedoris mo e outsourcing. O Instituto iCorps Brasil, por intermédio de Grynszpan, tem sido presença forte junto à Rede NIT-APTA. Em 2021, por exemplo, ele promoveu outro treinamento junto aos pesquisadores e alunos de pós-graduação dos Institutos, abordando a metodologia iCorps (customer development) e o papel do pesquisador em projetos de empreendedorismo.
“Temos percebido que esses treinamentos têm impactado de forma positiva os nossos pesquisadores. A partir dessa socialização do conhecimento, eles se atualizam sobre o novo arcabouço legal de inovação do Estado de São Paulo e entendem a importância das startups, do empreendedorismo e dos NITs em seu trabalho diário. No caso do IAC, por exemplo, em 2020, o NIT fez manifestações em 88 projetos. Em 2021, de janeiro a novembro, nos manifestamos em mais de 220. Isso mostra que os pesquisadores têm se movimento em projetos relacionados à inovação e buscam o NIT para auxiliá-los”, constata Lilian.