A epidemia histórica de gripe aviária, 2021-2022, já é considerada o maior surto da enfermidade na história da Europa, atingindo pela primeira vez 37 países, incluindo Portugal, alertou nesta segunda-feira, 3 de outubro, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC).
Dados divulgados pelo ECDC indicam que a época de gripe aviária de alta patogenicidade é a “maior observada na Europa”, com um total de 2.467 surtos em aves de corte, 48 milhões de aves abatidas nos estabelecimentos afetados e 187 detecções em aves de granja.
Além disso, foram registados 3.573 casos de gripe aviária de alta patogenicidade em aves selvagens, avança ainda o relatório da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA, na sigla em inglês) e do ECDC.
A agência europeia alerta que, para além do número de casos registados, a “extensão geográfica do surto é inédita”, tendo em conta que vai desde as ilhas Svalbard, um arquipélago no Ártico que pertence à Noruega, até ao sul de Portugal e ao leste da Ucrânia, afetando 37 países da Europa.
“Apesar do número excecionalmente grande de casos recentemente detectados em aves, bem como de numerosos eventos de transmissão de gripe aviária em diferentes espécies de mamíferos, não foi observada qualquer transmissão humana na União Europeia e no Espaço Econômico Europeu (UE/EEE) nos últimos anos”, adiantou o ECDC.
O centro adianta que, a nível mundial, apenas foi reportado um pequeno número de infecções humanas assintomáticas ou com sintomas leves, o que faz com que o “risco global para a população permaneça em níveis baixos, mas ligeiramente superior para as pessoas com profissões que estão diretamente expostas a aves infectadas”.