O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP) Fábio de Salles Meirelles, avaliou que a escalada dos juros nos últimos meses parece ter contido a inflação, que dá sinais de arrefecimento, mas que o setor espera que o Banco Central (BC) comece a reduzir nos próximos meses a taxa Selic. Meirelles comentou a decisão do Copom desta quarta-feira (26 de outubro) que manteve os juros básicos em 13,75% ao ano.
“Considerando a importância da retomada de índices mais elevados de crescimento econômico, é importante que a política monetária vá sendo calibrada de modo a facilitar o acesso ao crédito, com juros reais menores”, ponderou.
Lembrando que o Brasil está quebrando novo recorde na safra de grãos 2021/2022, o presidente da FAESP acentuou o significado das linhas de crédito do Plano Safra, cujos juros, em especial para pequenos e médios produtores, apresentam taxas menores em relação às taxas médias de mercado.
“No entanto, considerando o tamanho da agropecuária, a crescente demanda por recursos e os altos custos de produção, é impossível o atendimento da necessidade do setor. Por isso, é pertinente que se encontrem alternativas de fontes de recursos e condições mais favoráveis para as linhas de financiamento”.
Meirelles frisou, ainda, ser importante que, independentemente da Selic, o spread nas instituições bancárias seja menor, pois, nos patamares atuais, encarece exageradamente o dinheiro captado pelos produtores rurais para financiar as atividades agropecuárias.
“De todo modo, esperamos que a inflação continue em queda e que os juros, gradualmente, sejam reajustados para baixo, a fim de estimular os investimentos e o crescimento da economia nacional, na qual o agronegócio desempenha expressivo protagonismo”, concluiu.