Com a confirmação de quatro casos de gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP – vírus H5N1) na Bolívia, neste mês, o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) reforçou as ações de vigilância ativa nas regiões de fronteira com o país vizinho. Técnicos do órgão estão realizando visitas nas propriedades consideradas de risco para a influenza aviária e ministrado palestras aos produtores da região. Nesta semana, uma equipe esteve em Vila Bela da Santíssima Trindade (distante 521km de Cuiabá).
Na próxima semana está previsto um circuito de palestras em conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Nova Marilândia e Tangará da Serra, municípios com avicultura comercial expressiva. O público-alvo são produtores avícolas e indústrias do segmento. Paralelamente serão promovidas reuniões internas com as regionais e médicos veterinários dos municípios para tratar do assunto.
Até agora não há registro da doença. A gripe aviária é transmitida por vírus e está presente nos países da Ásia, Europa, América do Norte e, por último, a América do Sul. Segundo a fiscal de Defesa Agropecuária do Indea, Caroline Bourscheid, que atua no ponto focal da sanidade avícola no órgão, todas as medidas de prevenção estão sendo reforçadas.
“A principal forma de deslocamento da doença acontece pela migração de aves silvestres que carregam os vírus para longas distâncias. Quando em contato com aves domésticas, esses vírus podem causar doença grave dizimando plantéis de aves de fundo de quintal e comerciais. Para que o Brasil e Mato Grosso continuem livres da doença, visitas de vigilância e ações orientativas têm sido reforçadas”, alerta a fiscal.
Outro ponto fundamental destacado por Caroline Bourscheid é a notificação imediata aos órgãos de defesa em casos de sintomas respiratórios ou alta mortalidade inesperada das aves domésticas e também de vida livre.
“Feita a notificação, o Indea-MT fará a investigação para comprovar se realmente é a gripe aviária ou outra doença que apresente sintomas semelhantes. Uma vez fundamentada a suspeita, serão colhidas amostras para análise. Em caso positivo, serão tomadas todas as medidas sanitárias cabíveis. A capacitação dos técnicos e a conscientização dos produtores é muito importante para identificar suspeitas, notificar e tomar as medidas o mais rápido possível”, acrescenta a servidora.