O mercado da soja fechou a sessão desta terça-feira (25) com baixas consideráveis na Bolsa de Chicago. As perdas variaram entre 10 e 20 pontos nos principais contratos, levando o julho – que é contrato mais negociado agora – a US$ 14,17 e o setembro a US$ 12,87 por bushel. “Mais do mesmo”, resumiu o diretor comercial da Novo Rumo Commodities e da Agrosoya, Mário Mariano, em entrevista ao Notícias Agrícolas, sobre um cenário de fundamentos já conhecido pelo mercado.
Entre eles está o monitoramento das vendas da soja do Brasil, depois de uma safra recorde. A competitividade da oleaginosa brasileira é tão importante e está tão presente que até mesmo os Estados Unidos têm vindo às compras no país diante não só de baixos estoques, mas também de bons preços, que garantem bons negócios às processadoras.
Mariano acredita que o Brasil já tenha vendido cerca de 46% de sua safra e com ainda muito produto não só para ser comercializado, mas também para ser escoado.
O especialista destaca também a demanda chinesa ainda cadenciada, acontecendo da mão para a boca, tendo sido mais expressiva no primeiro trimestre do ano no mercado norte-americano e agora se voltando ao brasileiro.
Com todo esse cenário, os preços no interior do Mato Grosso, por exemplo, a queda dos preços da soja de 27 de março a 25 de abril já chega a R$ 20,00 por saca, saindo de R$ 129,00 para R$ 109,50.
“Então, estou avaliando que a pressão dos preços por todos estes fatores foi suficiente para levar os preços bem para baixo. Fatos novos, daqui para frente, poderiam ser reconsiderados para sabermos se há espaço para maiores quedas. Mas, uma coisa é certa. Sofremos muito neste período de colheita com essa queda e a tendência é de dar uma acalmada, e quem sabe começar a enxergar uma liquidez maior onde o produtor possa estabelecer suas novas regras de comercialização, incluindo aquela dinâmica de quando chegarem soja e milho nos mesmos espaços, provocando um novo pensamento sobre as estratégias dos produtores”, explica Mariano.