Os futuros da soja fecharam o pregão desta terça-feira (2) com baixas de 7 a 15,25 pontos de baixa nos principais contratos negociados na Bolsa de Chicago. O mercado começou o dia em campo positivo, inverteu o sinal e voltou a recuar, refletindo também um cenário macro mais avesso ao risco, contribuindo para a pressão não só sobre a soja, mas sobre as commodities de uma forma geral.
As preocupações com essa ‘mini crise’ bancária nos EUA se intensificam, os futuros do petróleo cedem mais de 5% e as notícias foram contaminando os mercados todos, de maneira generalizada.
Do mesmo modo, entre os fundamentos, o clima nos Estados Unidos não traz ameaças severas à produção, a disputa por área entre soja e milho ainda não se definiu e o mês de maio será determinante para que algumas respostas comecem a chegar, em especial sobre a área.
“No ano passado, mesmo com todo atraso do plantio, a máxima do mercado se deu em 9 de junho”, explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities, em entrevista ao Notícias Agrícolas. Assim, a tendência é de que as informações sobre a temporada 2023/24 dos EUA ganhem ainda peso no andamento das cotações na CBOT nos meses a frente.
Ademais, ainda no cenário fundamental, a grande oferta brasileira segue exercendo pressão sobre as cotações, o que se reflete, principalmente, sobre os prêmios. Ainda pressionados, os prêmios seguem mostrando que, apesar da melhora recente e de um fluxo mais constante no escoamento da soja brasileira, “a demanda não dá sinais de absorver todo esse aumento da oferta brasileira”, ainda como salienta o analista.
Neste quadro, as atenções do produtor brasileiro à comercialização têm de continuar redobradas. As janelas de oportunidades continuam sendo mais estreitas e menos frequentes. Nesta terça-feira, por exemplo, as baixas dos futuros da oleaginosa em Chicago neutralizaram a alta de mais de 1% do dólar frente ao real. A moeda americana encerrou o dia com R$ 5,05 e alta de 1,2%.