“Houve uma evolução da cepa viral que acometeu outras aves nunca afetadas antes tornando este vírus mais versátil e agressivo.” Com esta frase, o Gerente Técnico Regional da Aviagen América Latina, Mário Sérgio Assayag, iniciou a conversa que reuniu grandes especialistas em Influenza Aviária, ontem, das 19h às 21h. A live, transmitida pelo site www.agroexperts.com.br/forum2906, abordou o assunto que vem preocupando todos os envolvidos na cadeia de produção de frangos.
O Fórum Influenza Aviária: Estratégias para Diminuir os Riscos e Impactos no Brasil reuniu um time de peso, como a coordenadora técnica da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) Tabatha Lacerda; o Diretor Executivo da Associação de Avicultura do Espírito Santo (Aves), Nélio Hand, estado que registrou os primeiros focos da Influenza Aviária no País; o professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), Jansen de Araújo, pHD em Influenza Aviária, além de Mário Sérgio. O programa contou com a mediação do presidente da AgroExperts, Ariel Antônio Mendes, médico veterinário pHD com mais de 40 anos de atuação, que também é presidente da Facta (Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia Avícola).
O primeiro foco
Hand contou que, como estado que primeiro detectou a doença no país, o Espírito Santo abriu suas fronteiras e recebeu técnicos provenientes de diversos lugares, para auxiliar na detecção e orientações referentes à conduta da doença. “Em todo ciclo, temos, no estado, a presença destas aves migratórias e, rapidamente, isolamos as ilhas de reprodução, para evitar contato da população”, afirmou, ressaltando o importante apoio que o estado também teve da ABPA e do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
Entre as ações da ABPA estão a comunicação rápida para que a divulgação seja eficiente em todo país. “ O Mapa divulga, diariamente, duas atualizações, e nós fizemos um hotsite didático com diversas informações e orientações, que é o https://brasillivredeia.com.br/, para que a população possa acompanhar de perto o quadro desta doença no Brasil”, ressaltou a coordenadora técnica da ABPA.
Desde que a Influenza Aviária foi detectada no mundo, esta é a primeira vez que o Brasil lida, de perto, com a disseminação da doença em solo nacional. O monitoramento por parte de cientistas, de aves migratórias e silvestres, tem sido feito há mais de 20 anos, segundo Jansen. “Esperávamos que esta variante chegasse ao País desde o início do ano. A grande preocupação é a agressividade desta cepa que está acometendo também mamíferos em algumas regiões na América do Sul e do Norte”, ressaltou.
Diante deste cenário, os especialistas são uníssonos em dizer que cuidados de biosseguridade são essenciais neste momento para que o vírus não acometa a produção comercial, já que o Brasil é, atualmente, o principal exportador de frangos do mundo.