Pesquisa realizada pelo jornal japonês Yomiuri Shimbun entre os meses de maio e junho aponta que mesmo depois da redução dos casos de Influenza Aviária no país (é Verão no Hemisfério Norte), a doença continua causando problemas. Cita que entre as 26 prefeituras (municípios) onde a gripe aviária estourou, pelo menos 12 tiveram que alterar os planos previstos para o enterro das aves abatidas, com isso gerando enormes problemas ambientais.
Um dos governos provinciais revelou preocupações com o impacto ambiental sobre as águas subterrâneas no local previamente escolhido e já utilizado. Em outro caso, o número de aves abatidas foi tão grande que o local selecionado tornou-se insuficiente.
Em alguns casos, mesmo havendo planejamento prévio, ocorreu violação da lei, pois havia residências ou rios próximos, o que revelou falhas por parte do governo.. Houve também um caso transformado em processo judicial. Em consequência dele, só depois de dois meses as carcaças foram incineradas.
Na província de Kagoshima, uma lagoa próxima de local utilizado para o enterro das aves tornou-se lamacenta e passou a exalar mau cheiro, obrigando as autoridades a removerem as carcaças para outro local.
No geral, foram registrados 16 desses casos abrangendo 3,25 milhões de aves abatidas devido à gripe aviária altamente patogênica. Além de Kagoshima, as outras prefeituras foram Chiba, Fukuoka, Hokkaido, Ibaraki, Kagawa, Miyagi, Miyazaki, Niigata, Okayama, Saitama e Wakayama.
De acordo com a Lei de Prevenção de Doenças Infecciosas na Produção Animal, os criadores são obrigados a incinerar ou enterrar imediatamente as carcaças de animais abatidos. Também devem garantir terras e instalações para incineração ou enterro com antecedência e apresentar relatórios aos governos provinciais a cada novo exercício.
Mais de 95% das granjas e instalações avícolas, incluindo aquelas onde a gripe aviária surgiu desde outubro do ano passado, informaram ter assegurado tais terras e instalações, de acordo com fontes como o Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca.
Entre outubro e abril, surtos de gripe aviária ocorreram em 84 granjas e instalações em 26 províncias. Um total de 17,71 milhões de frangos e outras aves foram abatidos. O número de surtos e de aves abatidas atingiu recordes.
O manejo de bovinos abatidos também mostrou ser difícil. Quando a febre aftosa eclodiu na província de Miyazaki, em 2010, a epidemia se espalhou devido à dificuldade de se encontrar locais para o sepultamento do gado e de outros animais de grande porte. Devido ao custo, o enterro é mais comum do que a incineração.
À luz de tais problemas, o Ministério da Fazenda introduziu um sistema para subsidiar metade dos custos se produtores e governos provinciais avaliarem previamente (através, por exemplo, de escavações exploratórias) as condições dos locais escolhidos para futuros descartes.
Como a demora na destinação das aves abatidas aumenta o risco de propagação da gripe aviária, o Ministério se mostra determinado a garantir a rapidez no processo, ao mesmo tempo procurando evitar o surgimento de problemas ambientais.