Os meios de comunicação têm ressaltado à exaustão a alta evolução de preços do ovo. Pois enquanto nos últimos três meses o produto registrou variação anual superior a 30%, está iniciando agosto com preços apenas 10% superiores aos de um ano atrás, o que deve amainar as críticas que têm surgido.
Vale notar, de toda forma, que até janeiro passado o ovo vinha apresentando comportamento similar ao do frango, fato que o gráfico abaixo ressalta. Ou seja: só a partir de fevereiro é que os preços dos dois produtos se desgarram, um seguindo caminho inverso ao do outro: o ovo em alta, o frango em baixa contínua.
Por outro lado, comparados os preços iniciais de agosto corrente com os de janeiro de 2022, constata-se que frente a um aumento próximo de zero do frango resfriado, o ovo obteve valorização superior a 50%. Mas isso decorre do fato de o valor-base (janeiro/22) ser extremamente.
Para demonstrar, o gráfico também apresenta as margens obtidas pelo frango abatido em relação ao ovo. Em janeiro de 2022 ela se encontrava em 70%, permanecendo próxima desse nível durante todo o ano. Só caiu a partir de fevereiro, chegando a ficar negativa nos meses de junho e julho.
Notar, neste caso, que o estágio de comercialização dos dois produtos é bastante diferente: ovo, ao produtor; frango (abatido), no atacado. Mas a comparação dá boa ideia da defasagem que vinha sendo experimentada pelo ovo.
É cedo, ainda, para apontar as tendências do mês. Mas o desempenho dos dois produtos na abertura de agosto vem sendo oposto em comparação aos meses anteriores, ou seja, os preços do frango voltam a se fortalecer, enquanto os do ovo apresentam visível enfraquecimento, denotando excesso de oferta deste último e ajuste nas disponibilidades de frango.