Para o diretor executivo da SIA, Bruno Quadros, os produtores se colocaram em compasso de espera com relação às ações que poderiam vir a ser tomadas pelos novos governantes. “Se somou a isso toda essa questão comercial, mercadológica que foi a redução dos preços das commodities, de soja, milho e carne. Então foi um ano desafiador no que toca a isso, porque como os preços baixaram muito, afetou todo o agro, toda a cadeia”, explica o gestor. Quadros ressalta que o desafio para a SIA foi o de como ajudar os clientes a superar esse momento de estreitamento de margem, de aperto no negócio.
Sobre as questões climáticas, Bruno Quadros cita a seca intensa na região Sul e a virada para a presença do fenômeno El Niño. “As condições climáticas de 2023 foram muito desafiadoras. Tivemos extremos no Sul, na região Central, estamos vivendo um momento de seca, que está sendo prolongado e demorando para entrar nas águas”, relata. Aliado a isso, o gerente executivo ainda cita as fortes cobranças e exigências para o agronegócio no que tange à sustentabilidade, de posicionamento, na busca de saídas mais amigáveis ao ambiente.
Para o futuro, Bruno Quadros diz que as perspectivas são melhores. “Mesmo ainda em termos climáticos não bem claro, as perspectivas são de melhora de preço e de produtividade para 2024”, garante. Ele ressalta que em 2023 houve muita perspectiva de negócio nas regiões Centro e Norte do país e viram que o produtor rural está buscando ampliar as culturas e os negócios em sua propriedade, trabalhando integração, e procurando desenvolver ações de medição de balanço de carbono, uso de técnicas para redução da pegada de efeito estufa, buscando tornar os negócios mais sustentáveis. “Em paralelo a isso, em nossa área de gestão de projetos, estratégica e comercial, a gente também vê esse pulso neste momento, as empresas necessitando de mais apoio, o que gerou crescimento nesta área, bem como empresas entrando no Brasil e as auxiliamos a entender melhor o mercado nacional”, explica o gestor.
Já o sócio fundador e diretor da SIA, Davi Teixeira, amplia a análise, afirmando que o período de pandemia e pós pandemia ainda representa um grande desafio, também. “Numa visão de médio e longo prazo, o agro brasileiro ainda é um segmento de grandes oportunidades, perspectivas de crescimento e alavancagem de todos os setores de insumos, serviços e tecnologia, mas ao mesmo tempo em que isso acontece, na visão de curto prazo, no dia a dia de cada empresa, os desafios seguem gigantes pelas incertezas e tensões internas e externas, como políticas, econômicas, poder de compra reduzido, enfraquecimento da solidez política e econômica não só do Brasil como do mundo”, analisa. Ele ainda cita catástrofes climáticas e guerras como fatores que influenciam nos preços e, consequentemente, nos negócios.
Teixeira avalia que o desafio está entre manter o otimismo da perspectiva de que o agro segue em alta com o realizado e a insegurança do dia a dia. “2023 foi o um ano de lutar por manter os negócios, os trabalhos, forcejar para vender o futuro, novos projetos, colocar na mesa dos novos parceiros uma visão de que as crises passarão e teremos um futuro bom ali na frente”, desabafa.
Segundo ele, a SIA tenta se reinventar a cada dia, buscando novos projetos e mercados. Ainda assim, ele celebra a expansão da empresa, este ano, para outros Estados. “Isto tem sido uma grande notícia para nós, ao passo que no Rio Grande do Sul os negócios estão estabilizados”, afirma, finalizando que a perspectiva para 2024 é sobre este avanço em direção às regiões brasileiras em que o desenvolvimento parece mais pujante, “como a região do Matopiba, uma grande nova fronteira agrícola do Brasil, como as regiões de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Cerrado, onde ainda a agricultura e pecuária seguem muito ávidas pelo desenvolvimento”. A SIA também alcançou parcerias internacionais junto a produtores no Paraguai e no Uruguai.