O aquecimento global pode pode fazer com que as galinhas e outras aves tenham pernas maiores no futuro, indica um estudo recente publicado na Biology Letters.
Cientistas analisaram imagens térmicas de 14 espécies de aves na Austrália para entender a função das pernas na regulação da temperatura corporal desses animais.
Os pesquisadores, liderados pela ecologista evolucionista Alexandra McQueen, da Universidade Deakin, observaram a velocidade do vento, a temperatura, a umidade e a radiação solar para comparar com suas fotos e estimar as temperaturas superficiais dos corpos dos pássaros.
Eles explicam que os bicos e as pernas das aves têm muitas veias que não são isoladas por penas, facilitando a liberação do calor corporal. É por isso que aves em lugares quentes geralmente têm pernas e bicos maiores.
Em dias em que os termômetros marcaram 40ºC, as aves usaram bicos e pernas para se esfriar. Nos dias frios, com temperaturas de 2,5ºC, os bicos continuam liberando calor, mas as pernas permanecem frias, porque as aves reduzem o fluxo sanguíneo para lá.
O coautor do estudo Matthew Symonds, ecologista evolucionista da Deakin, afirma que as aves podem ter menos controle sobre os vasos sanguíneos nos seus bicos por conta da proximidade com o cérebro, que necessita de fluxo sanguíneo constante.
Com o aumento das temperaturas globais, McQueen acredita que as aves que enfrentam diferentes temperaturas durante o ano podem desenvolver pernas maiores. Isso as ajudaria em períodos quentes sem perder calor quando está frio.