Pesquisadores que sequenciaram vírus de amostras de águas residuais de 10 cidades do Texas encontraram o vírus da gripe aviária H5N1 em 9 delas, às vezes em níveis que rivalizavam com o vírus da gripe sazonal.

Em outros estudos, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), em atualizações sobre sua resposta aos surtos de H5N1 em bovinos, disseram que os experimentos em furões começaram na semana passada.

Os achados inclinam-se para a fonte animal

Uma equipe do Baylor College of Medicine e do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas detalhou suas descobertas de sequenciamento do viroma completo em um novo estudo preliminar .

Com muitas questões ainda sem resposta sobre como o vírus vem se disseminando nas vacas leiteiras e até que ponto o vírus circula, os cientistas estão se voltando para a amostragem de águas residuais, considerada ferramenta de vigilância fundamental.

O grupo relatou a presença do H5N1 em águas residuais de 4 de março a 25 de abril. Eles disseram que 19 dos 23 locais de águas residuais monitorados tiveram pelo menos um evento de detecção e que, com o tempo, o H5N1 se tornou o sorotipo dominante. Eles não nomearam as 10 cidades que monitoraram e as descobertas ainda não foram revisadas por pares.

No X , Mike Tisza, PhD, primeiro autor do estudo e professor assistente de virologia e microbiologia em Baylor, disse que ainda não está claro de onde vieram os vírus, mas as evidências apontam para uma fonte animal, porque os pesquisadores não constataram quaisquer mutações relacionadas à adaptação humana.

Ele acrescentou que a rede no Texas parece ser a única que utiliza a tecnologia de sequenciamento de águas residuais, mas que o H5N1 provavelmente está presente em águas residuais de outras áreas. Se o vírus se tornar um problema maior, Tisza disse que o sequenciamento de águas residuais pode ser a melhor maneira de identificar novas mutações adaptativas.

CDC lança experimentos com furões

Em sua mais recente atualização (10 de maio), o CDC afirmou que mais de 260 pessoas foram monitoradas até agora quanto aos sintomas do H5N1 após exposição a animais infectados ou potencialmente infectados. Dos pelo menos 33 que apresentaram sintomas semelhantes aos da gripe, nenhum caso humano adicional foi relatado além de um caso inicial em um trabalhador de laticínios do Texas que tinha conjuntivite.

O CDC disse que ainda está em negociações com vários estados sobre investigações epidemiológicas de campo desenvolvidas sob responsabilidade local.

Enquanto isso, o grupo disse que está avançando com um trabalho científico para caracterizar melhor o vírus. Na semana passada, infectou experimentalmente furões com o vírus que infectou o laticínio do Texas para avaliar a gravidade e a transmissão da doença em diferentes cenários de contato.

Os cientistas costumam usar furões como modelo para avaliar os vírus da gripe porque eles ficam doentes e os transmitem de forma semelhante às pessoas.

Os resultados são esperados em cerca de 3 semanas, e o CDC disse que ocorrerá infecção experimental de várias linhagens celulares.

Em outras ocorrências:
 O Serviço de Inspeção Sanitária Animal e Vegetal (APHIS) do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) relatou mais surtos em aves em três estados, incluindo dois que relataram H5N1 em rebanhos leiteiros. Idaho relatou mais dois surtos em aves, ambos no condado de Jerome. Um ocorreu em uma fazenda que abrigava 1.000 aves e o outro atingiu um quintal com 20 aves. Michigan relatou outro surto no condado de Ionia, que afetou um rebanho de fundo de quintal. E a Califórnia relatou uma detecção num mercado de aves vivas em São Francisco.

 Um grupo de especialistas em gripe animal da Organização Mundial de Saúde Animal e da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, conhecido como OFFLU, emitiu ontem (13) uma declaração sobre o H5N1 em vacas leiteiras, observando que o genótipo B3.13 não havia sido detectado em aves antes de aparecer nos bovinos. Antes de novembro de 2023, ele havia sido visto em apenas algumas aves selvagens e em um gambá. Até agora, o B3.13 não foi detectado fora dos Estados Unidos, mas o grupo disse que continua monitorando a situação.