A SAFE (Advocacia Europeia de Alimentos Seguros, espécie de PROCON dos alimentos da União Europeia) anunciou ter identificado a necessidade, urgente, de maior transparência e clareza na rotulagem de alimentos, especialmente em relação a termos como “natural”.
A SAFE realizou pesquisa abrangente em toda a Europa para avaliar as percepções dos consumidores sobre os rótulos dos alimentos, com foco no termo “natural”. Os resultados da pesquisa indicam uma ampla gama de interpretações entre os consumidores da UE, ressaltando a necessidade de regulamentações mais precisas e práticas de rotulagem mais claras.
As descobertas revelam uma clara demanda por informações mais detalhadas e compreensíveis nos rótulos dos alimentos, incluindo a necessidade de uma definição harmonizada do que são “produtos alimentícios naturais”, maior transparência nos rótulos e requisitos mais claros para alegações ambientais. Por exemplo, apenas 33% dos entrevistados acreditam que as empresas alimentícias
fornecem todas as informações necessárias nos rótulos.
Esse ceticismo é particularmente pronunciado na França, onde quase 80% dos consumidores duvidam da integridade e transparência dos rótulos dos alimentos. Além disso, 90% da amostra acredita que a legislação deve exigir uma indicação clara no rótulo sobre se uma ou mais substâncias não naturais estão presentes no produto.
Portanto – reitera a SAFE – a legislação da UE deve levar em consideração as preocupações expressas pelos consumidores europeus, simplificando a linguagem nos rótulos sempre que possível, indicando claramente a presença de substâncias com impacto na saúde e aumentando a confiança nas informações fornecidas pelas empresas alimentícias.
Na pesquisa foi detectada, também, uma preferência por ingredientes naturais e embalagens ecológicas, refletindo tendências mais amplas em direção a uma melhor consciência de saúde e sustentabilidade ambiental.
No documento expedido no início desta semana (25 de novembro) a SAFE pede que a UE implemente profundas mudanças políticas para melhorar a transparência da rotulagem de alimentos. A UE deve estabelecer uma definição padronizada e juridicamente vinculativa de produtos alimentícios “naturais”, especificando as origens dos ingredientes, métodos de processamento e modificações.
Para garantir a precisão do rótulo, uma supervisão regulatória aprimorada, incluindo inspeções e penalidades mais rigorosas é essencial – diz a entidade, que também defende a educação do consumidor sobre o termo “natural” e pede que alegações ambientais como “neutro em carbono” sejam apoiadas por dados verificáveis. Essas medidas visam capacitar os consumidores a fazer escolhas mais saudáveis e esclarecedoras.
Clique aqui para acessar a íntegra do documento da SAFE sobre a rotulagem europeia de alimentos.