Entre 15 de maio de 2023 e a última quarta-feira, 18 de junho de 2025, o Brasil registrou 174 casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP). Desse total, não mais que meio por cento ocorreu na avicultura comercial (um único caso!). Mas foi o suficiente para abalar uma atividade cujo Valor Bruto de Produção em 2025 deve superar os R$135 bilhões, gerando para o País mais de US$10 bilhões em divisas.
Com o fim do vazio sanitário e a autodeclaração de zona livre de IAAP, a avicultura brasileira começa a retomar ritmo que, embora lentamente, a levará de volta à normalidade. Mas isto não se aplica à biosseguridade do setor que, mais do que até aqui, precisa permanecer absolutamente ativa.
O gráfico abaixo dá boa ideia do que se está falando. Desde a primeira ocorrência do gênero, em maio de 2023, até o final daquele exercício foram registrados no País cerca de 150 casos de IAAP, a maioria absoluta deles em animais silvestres (aves e mamíferos aquáticos), mas também em criações de subsistência.
Já no ano seguinte, 2024, o total de casos caiu para apenas 10% dos registrados no ano anterior: apenas 15 ocorrências. Isto, em quatro dos seis primeiros meses do ano. Pois a partir de junho, quando chegava a 166 o número total de casos, e até maio passado não houve nenhuma nova ocorrência.
O rompimento do período de calmaria no mês passado apresentou situações inéditas. Pois, primeiro, mostrou que o vírus da IAAP se encontra agora interiorizado no País. Segundo, voltou a atingir criações de subsistência. Terceiro – o que mais se temia – atingiu a avicultura comercial.
Felizmente, essa última ocorrência está superada. Mas o surgimento de novos casos (depois de um lapso de cerca de 12 meses) leva o setor de volta aos registros de 2023. Pois, então, mais de 85% das novas detecções se deram entre os meses de junho e dezembro. Em suma: é preciso reforçar ainda mais a guarda.