O destaque do período da tarde do último dia do Avicultor Mais 2025, evento que se encerrou hoje, quinta-feira (26) em Belo Horizonte, fico por conta do tema Plano de Contingência com Foco em Depopulação – Métodos e Aplicações” com Bruno Pessamilio, Consultor Especialista em Defesa Sanitária Animal.
A necessidade de um trabalho em máxima eficiência e atenção com o foco em biosseguridade é fundamental. “Não é possível ter falhas. Na avicultura brasileira não há lugar para amadores. O trabalho de todos interfere na garantia sanitária de um país”, disse.
Pessamilio destacou que é preciso contingência com foco em reação. “É preciso erradicar e controlar. Não dá para conviver com o vírus como o da Influenza Aviária. Objetivo é a eliminação completa de uma doença em uma determinada região ou país, com a interrupção total da circulação do vírus.
Ele apresentou os métodos de depopulação. Segundo ele, levam em conta redução de manejo, número de aves, idade e tamanho das aves e a estrutura das aves. “É preciso considerar os equipamentos, os métodos autorizados e disponíveis além dos custos estimados. Além disso, quais são os recursos disponíveis e os insumos”, disse.
É preciso, de acordo com ele, evitar maus tratos e avaliar se o melhor é um método individual ou coletivo. “É preciso trabalhar também para garantir a segurança dos trabalhadores, lembrando que estamos falando de uma zoonose”, pontuou. “Os empresários devem saber qual é o método ideal de depopulação para sua granja. Insumos, equipamentos e equipe devem estar preparados para a reação. Os vírus estão circulando e é preciso ter em mente a necessidade de reação”, finalizou.
Dando continuidade, as ações do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) na vigilância contra a Influenza Aviária em Minas Gerais foram apresentadas por Denise Viegas, do MAPA e Izabella Hergot, do IMA.
De acordo com Denise, atualmente a avicultura já trabalha em um nível muito grande de transparência e confiabilidade. “É preciso conviver com o risco. É um problema muito grave. A Influenza Aviária era uma doença exótica mas já não é desde 2023. Biosseguridade, prevenção e reação são as palavras-chave de nosso trabalho. Trabalhamos fortemente sob os fatores de risco à introdução e disseminação de doenças nos estabelecimentos avícolas, com acompanhamento permanente, revisão de estratégias de prevenção e vigilância, sempre com envolvimentos de instituições competentes”, destacou.
Já Izabella trouxe os detalhes do trabalho envolvendo o IMA. Segundo ela foram estabelecidas normas para a prevenção de Influenza Aviária e da Doença de Newcastle no estado de MG. “Com biosseguridade, atendimento a suspeitas e com a lei 24674/2024 ela dividiu as obrigações, juntamente com a normativa 56/2007 e com a Portaria 2330/2024 foi estabelecido um plano de contingente rápido e efetivo, de forma teórica e prática”, afirmou. “Estamos trabalhando com saneamento, vigilância, rastrabilidade e educação sanitária”, disse.
Na sequência, as maneiras para regularização da avicultura de pequena escala foram abordadas por Lucilla Imbroinise, também do IMA.
Segundo ela, a avicultura de pequena escala tem a mesma importância da de grande escala. “Tanto econômica como sanitariamente foi preciso estabelecer critérios de atuação. São medidas que garantem a proteção das granjas”, explicou.
O Avicultor Mais 2025 foi encerrado hoje com o Programa Certifica Minas, Ovo e Frango Caipira, com Márcia Portugal, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural, a EMATER, de Minas Gerais.
De acordo com ela, a avicultura está atendendo uma demanda crescente e com um grande potencial econômico. “A questão agora é a legalização e a regulamentação que permitirão que este produtor possa vender em todo o estado após sua certificação, gerando maior renda”, detalhou. “Há características específicas de manejo completo, insumos a serem usados e o cumprimento de questões socioambientais”, explicou.