Na última semana, a Diretoria de Assistência Técnica Integral (CATI), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, recebeu a primeira missão técnica do Banco Mundial para acompanhamento do projeto Agro Paulista Mais Verde.
O projeto, anunciado em julho pelo Governo do Estado em parceria com o Banco Mundial, prevê investimento de R$1,1 bilhão ao longo de seis anos, com foco em desenvolvimento rural sustentável, aumento da renda do agricultor e recuperação ambiental. A missão concentrou-se em reuniões técnicas, realizadas na sede da CATI, em Campinas, entre os dias 15 e 19 de setembro. Os encontros tiveram como objetivo alinhar expectativas, discutir o modelo de governança do programa e definir critérios de monitoramento e avaliação das ações que chegarão às propriedades rurais, quando do início da execução no campo. “O Banco Mundial está visitando o Estado para dar início ao processo de preparação deste novo projeto que é o Agro Paulista Mais Verde, com intuito de apoiar e promover a agricultura familiar paulista, trazendo mais competitividade, resiliência climática, gestão e ganhos ambientais, para tornar a agricultura cada vez mais sustentável”, explicou Barbara Farinelli, gerente de projeto do Banco Mundial. Visitas de campo Durante a missão, a equipe realizou visitas técnicas em municípios do interior paulista. O grupo conheceu a experiência da Associação dos Cafeicultores de Montanha de Divinolândia (APROD), que atua na cadeia do café. Em seguida, visitou o Sítio Boa Vista, também dedicado à cafeicultura, onde foram apresentadas práticas de manejo e produção sustentável, com foco em agricultura regenerativa. “A Associação é de pequenos produtores, certificada Fairtrade, movimento internacional de comércio justo. Trabalhamos um café de alta qualidade, e a ideia é agora introduzir práticas de agricultura sustentável, que chamamos de agricultura regenerativa”, diz Francisco Sérgio Lange, cafeicultor e diretor da APROD. A missão seguiu para Mococa, no Sítio Indaiá, voltado à pecuária leiteira, onde foram observadas questões de infraestrutura, manejo sustentável da produção e qualidade do leite. A propriedade participa do Integra SP Agro e do CATI Leite, ambos programas executados pela CATI. As visitas permitiram uma avaliação direta das necessidades e potencialidades do setor produtivo, servindo de base para os ajustes do projeto. Próximos passos A conclusão dos trabalhos foi feita com uma reunião de encerramento em Campinas. Representantes do Banco Mundial, da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e da Secretaria de Agricultura e Abastecimento discutiram os principais pontos observados durante a semana e traçaram os primeiros encaminhamentos para a implementação do Agro Paulista Mais Verde. “A implementação de um projeto do porte e abrangência do Agro Paulista Mais Verde é, ao mesmo tempo, um grande desafio e uma enorme expectativa, tanto para os extensionistas e parceiros compromissados com a execução, como para o público beneficiário, agricultores familiares, associações e cooperativas de produtores rurais e comunidades indígenas, quilombolas e caiçaras. Com o apoio financeiro e técnico do Banco Mundial vamos aumentar a resiliência climática, econômica e social da agricultura familiar paulista”, explica João Brunelli Jr, engenheiro agrônomo da CATI, gerente do projeto. As orientações incluem a definição de prioridades regionais, fortalecimento das cooperativas e associações, incentivo à adoção de tecnologias sustentáveis e ampliação da participação de mulheres, jovens e povos tradicionais na produção rural.
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