O preço dos ovos em Santa Catarina caiu 38% ao longo de 2025, segundo dados da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). A cartela com 30 unidades, que chegou a custar R$ 25,99 em janeiro, passou a ser vendida por R$ 15,99 no fim de novembro. A tendência de queda é resultado de fatores como aumento da produção, clima mais favorável e mudanças no comércio internacional.
Alta no início do ano impactou produtores
De acordo com a economista Anemarie Dalchau, o preço dos ovos vinha subindo desde o ano passado devido ao aumento nos custos da cadeia produtiva. O milho — principal insumo da alimentação das aves — registrou alta superior a 30%, enquanto o custo das embalagens chegou a dobrar.
O calor intenso do verão também prejudicou a produtividade. Em temperaturas elevadas, as galinhas ficam mais estressadas e reduzem a postura. Para amenizar o impacto, produtores investiram em sistemas de refrigeração, o que elevou as despesas com energia.
Esses fatores pressionaram os preços nos primeiros meses de 2025.
Produção nacional cresce e amplia oferta
No primeiro semestre de 2025, o Brasil produziu 2 bilhões de dúzias de ovos, segundo o IBGE — um aumento de 10% em relação ao mesmo período de 2024. A maior oferta ajudou a recompor estoques e abriu espaço para reduções nas prateleiras.
Outro fator decisivo veio do mercado internacional. O tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump, em agosto, limitou as exportações de ovos brasileiros aos Estados Unidos, aumentando a disponibilidade do produto no mercado doméstico.
“De imediato, esse produto fica para o consumo interno. Então temos novamente uma oferta maior do que a demanda”, explica Dalchau.
Com mais ovos no país, a queda nos preços se intensificou.
Festas de fim de ano devem sustentar tendência
Segundo especialistas, a queda deve se manter até o fim do ano. Com a chegada do 13º salário e das festas, consumidores tendem a direcionar o orçamento para outras proteínas, como peixes e carnes, reduzindo a demanda imediata por ovos.
Esse movimento ajuda a manter os preços competitivos e favorece o planejamento das famílias.
“O preço menor do ovo dá a possibilidade de equilibrar o orçamento em outros produtos que, por exemplo, aumentaram”, afirma a economista.













































