A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), em atendimento ao Programa Nacional de Sanidade Avícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), está desenvolvendo um amplo levantamento para averiguar e comprovar a ausência da Influenza Aviária (IA) e da Doença de Newcastle (DNC) em avicultura industrial. O Objetivo é demonstrar a ausência dessas doenças na avicultura industrial de Goiás em conformidade com as diretrizes internacionais de vigilância para fins de comércio.
Além de Goiás, o Plano de Vigilância da Influenza Aviária e Doença de Newcastle é desenvolvido em outros dez Estados brasileiros localizados nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O Mapa estabeleceu o cronograma dos trabalhos em cinco etapas que são denominadas Componentes, abrangendo Vigilância Passiva: Investigações de Casos Suspeitos de Síndrome Respiratória Nervosa (SRV); Vigilância Passiva: Investigação de Mortalidade Excepcional de Aves Silvestres; Vigilância Ativa em Avicultura Industrial (em andamento); Vigilância Ativa em Aves de Subsistência em Áreas de Maior Risco de Introdução de IA e Monitoramento em Compartimentos Livres de IA e DNC. Em Goiás, o trabalho foi iniciado pelo Componente 3. Trata-se, na realidade, da chamada vigilância ativa e que, a partir de agora, será realizada todos os anos.
O presidente da Agência, José Essado, enfatiza que o levantamento é de suma importância porque servirá para demonstrar que Goiás mantém controle sanitário do seu plantel avícola, com foco na certificação perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e os parceiros comerciais. Ele também argumenta que a participação dos produtores e integrantes das agroindústrias, fornecedores de insumos e prestadores de serviços, assim como dos profissionais da área e instituições envolvidas, é fundamental para o êxito de todo o levantamento.
Operacionalização
No âmbito da Agrodefesa, a gestão do Plano está a cargo da Gerência de Sanidade Animal, por meio da Coordenação do Programa Estadual de Sanidade Avícola (PESA). A coordenadora Silvânia Andrade Reis informa que a coleta de materiais foi iniciada neste mês de outubro e vai se estender até dezembro. A previsão é coletar 4.350 amostras biológicas em 132 estabelecimentos de produção e criação localizados em 20 municípios do Estado. A distribuição geográfica envolve o trabalho de profissionais de oito Unidades Regionais da Agrodefesa.
Silvânia explica também que todo o trabalho de coleta é realizado por profissionais veterinários que atuam como fiscais estaduais agropecuários da Agrodefesa. Após a coleta, o material é enviado para o Laboratório de Análise e Diagnóstico Veterinário da Agência (LabVet), para triagem. Na sequência fará o envio de todo o material coletado para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do Mapa (LFDA/Mapa), em Campinas (SP), responsável pela análise e validação do resultado. O relatório final será apresentado pelo Mapa no início do próximo ano.
De acordo com dados do Mapa, no Brasil 53,7% dos estabelecimentos avícolas são de aves de corte (frangos e perus), 39,8% de aves de reprodução (matrizeiras), 3,4% de aves de postura comercial, 0,1% de aves ornamentais e 2,9% de outras aves. Goiás responde por 8,27% da produção nacional de frangos de corte e 4,63% da produção nacional de ovos. Com base nesses números, as medidas de prevenção e vigilância se tornam cada vez mais importantes e necessárias, uma vez que o sistema produtivo precisa fornecer evidências consistentes para certificar a sanidade dos animais e dos produtos comercializados.