Enquanto os Estados Unidos, União Europeia (EU) e alguns outros membros querem legitimar bilionárias políticas industriais, 16 países da América Latina vão alertar hoje na Organização Mundial do Comércio que essa discussão precisa levar em conta a necessidade de superar a paralisia histórica das negociações da reforma agrícola global.
Uma reunião de altos funcionários (senior officials) enviados pelas capitais ocorre hoje e amanhã em Genebra, preparando a conferencia de mais de 100 ministros de comércio que ocorrerá em fevereiro em Abu Dhabi em meio a uma acelerada mudança geopolítica, tensões nas cadeias de valor e crescente insegurança alimentar global.
Na área agrícola, a India, Indonésia, China e outros asiáticos defendem na prática um retrocesso, em vez de liberalização, alegando para a segurança alimentar. Desejam mais espaço para ampliar subsídios agrícolas e também para elevar barreiras às importações.
A América Latina juntou as forças, com o Brasil, Argentina, México, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominica e Uruguai defendendo que a retomada da reforma no setor agrícola é essencial, ainda mais no contexto atual, e não mais protecionismo.
Uma declaração do grupo para o encontro de altos funcionários destaca que a região da América Latina, composta por países em desenvolvimento, ‘desempenha um papel crítico e proativo na resposta global à insegurança alimentar’.