A gripe aviária atingiu rebanhos de vacas leiteiras dos Estados Unidos e segue se espalhando no país. Depois do primeiro diagnóstico positivo em humanos no início da semana, o Departamento de Agricultura do Texas anunciou nesta quarta-feira (3/4) a contaminação em aves de planteis comerciais no Estado.
A granja afetada, da Cal-Maine Foods, conhecida por ser a maior produtora e distribuidora de ovos frescos dos EUA, prepara o abate de quase 2 milhões de animais: são 1,6 milhão de poedeiras e 337 mil frangos.
Em nota, a empresa informou que a instalação fica no Condado de Parmer e teve todas as atividades suspensas temporariamente para seguir os protocolos de segurança do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
“A Cal-Maine Foods está trabalhando para assegurar a produção em outras instalações e minimizar as perturbações para os seus clientes”. No mesmo comunicado, tranquilizou a população sobre o consumo de ovos após o caso confirmado da doença.
“De acordo com o USDA, a gripe aviária não pode ser transmitida através de ovos manuseados com segurança e devidamente cozinhados. Não se conhece qualquer risco relacionado associado aos ovos que se encontram atualmente no mercado e nenhum ovo foi recolhido”.
Luizinho Caron, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Suínos e Aves), também não vê problemas no alimento.
“Quando a galinha adoece, ela para de colocá-los quase imediatamente. E não tem problema nenhum também em consumir a carne. Não há relatos de transmissão por essa via para humanos. O homem não se contamina pela alimentação, mas da forma respiratória, pois os receptores do H5N1 se encontram nos brônquios e nos alvéolos do pulmão”, afirma à Globo Rural.
Por que abater toda a granja?
A transmissão da gripe aviária nas granjas de postura, aquelas em que a atividade visa a produção de ovos e reprodução, acontece pelo ar e pela ingestão de secreções de aves contaminadas de forma rápida.
“Até mesmo aquelas galinhas que, aparentemente, não estão doentes, se contaminaram e vão ficar com o vírus por algum tempo no corpo. O abate sanitário é feito com todas para anular completamente o foco. Quanto mais tempo deixar as galinhas ali, maior é o risco de o vírus chegar a outros locais”, explica Caron.
Sid Miller, comissário de Agricultura do Texas, diz que a notícia assola ainda mais a população, já afetada pelos incêndios florestais em 2024, e que deve servir de alerta para outros avicultores.
“Dado este último desenvolvimento, todos os produtores devem praticar medidas reforçadas de biossegurança. A rápida propagação deste vírus significa que devemos agir rapidamente”, aponta.